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Brasil

Amazônia tem menor volume de chuvas em 40 anos, diz pesquisa do Centro Científico da União Europeia

Nos estados brasileiros da Amazônia Ocidental, particularmente no estado do Amazonas, as chuvas reduziram cerca de 50% comparado a média para a estação.

Neste ano, todos os países da Bacia Amazônica registraram as menores precipitações de julho a setembro em mais quatro décadas, de acordo com o relatório Observatório Global da Seca, do Serviço de Publicações do Centro Científico da União Europeia.

Dados de satélite mostram que, com poucas chuvas, várias ondas de calor e temperaturas acima da média, a umidade do solo foi gravemente afetada. Os rios estão com níveis baixos e o risco de incêndios florestais está aumentando.

O estudo aponta aumento em extensão e gravidade na seca que atinge a Bacia Amazônica Ocidental e a maior parte do norte da América do Sul desde julho deste ano. Brasil, Peru, Bolívia e Venezuela estão entre os países mais afetados.

O relatório aponta que a seca afeta a navegação, com impactos no abastecimento básico de alimentos e água. As previsões sugerem que estes impactos poderão se agravar nos próximos meses.

Nos estados brasileiros da Amazônia Ocidental, particularmente no estado do Amazonas, as chuvas reduziram cerca de 50% comparado a média para a estação.

“As previsões sazonais apontam para condições mais quentes e secas do que a média em toda a região amazônica, que são típicas de um evento El Niño forte a muito forte”, afirma o climatologista Jose Marengo, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que participou do estudo.

No dia 26 de outubro, o rio Negro registrou seu nível mais baixo desde o início das medições. De acordo com o porto de Manaus, o rio registrou 12,70 m, o mais baixo desde 1902.

De agosto a novembro de 2023, foi registrada uma série de ondas de calor que elevou as temperaturas na Amazônia. No Brasil, as regiões bateram o recorde de 41°C para o período. As temperaturas máximas de agosto a novembro ficaram entre 2°C e 5°C acima da média histórica.

O calor, aliado a outros fenômenos meteorológicos, aumentou a evapotranspiração da região, resultando em solos mais secos e estresse à vegetação. Essas condições, combinadas à superfície mais árida e à disponibilidade de materiais inflamáveis, são responsáveis pelo aumento no perigo de incêndio na região.

No documento são discutidos os padrões históricos e singularidade da seca de 2023 e das últimas décadas, o que pode acontecer em 2024 e a longo prazo, bem como consequências, impactos e as recomendações aos governos nacionais e locais que devem liderar a transição para a sustentabilidade e a resiliência climática. “A grave seca na Amazônia é uma crise humanitária e ecológica com implicações globais”, enfatiza o relatório.

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