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Brasil

Âmbar, empresa que vai assumir a Amazonas Energia, adquire três usinas termelétricas, no Acre

No início de outubro, a empresa anunciou acordo com o grupo Oliveira Energia para assumir o controle da Roraima Energia e de quatro termelétricas em Boa Vista.

A Âmbar Energia, do grupo J&F, holding da JBS, dos irmãos Wesley e Joesley Batista que comprou a Amazonas Energia, assinou contrato para adquirir três usinas termelétricas no Acre. A conclusão da operação está sujeita à análise e aprovação dos órgãos reguladores competentes.

As unidades, adquiridas da Rovema Energia, somam 69,4 MW de potência instalada e são responsáveis pelo abastecimento de cerca de 30 mil unidades consumidoras, o equivalente a cerca de 20% das ligações elétricas do estado.

As usinas adquiridas são: UTE Cruzeiro do Sul (52,8 MW), UTE Feijó (7,2 MW) e UTE Tarauacá (9,4 MW), localizadas nos municípios de mesmo nome. Todas as unidades operam com óleo combustível. Com a incorporação dessas unidades, a Âmbar passa a operar em 11 estados brasileiros.

Com a operação, a Âmbar passa a atuar em 11 Estados brasileiros, fortalecendo sua presença na Região Norte. Segundo o presidente da empresa, Marcelo Zanatta, a entrada no Acre reforça o compromisso da companhia com o desenvolvimento energético regional.

As termelétricas operam com óleo combustível e desempenham papel essencial na oferta de energia elétrica em municípios recentemente conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN), garantindo mais estabilidade no fornecimento.

A aquisição no Acre faz parte de uma sequência de movimentos estratégicos da Âmbar neste mês. No início de outubro, a empresa anunciou acordo com o grupo Oliveira Energia para assumir o controle da Roraima Energia e de quatro termelétricas em Boa Vista.

Poucos dias depois, confirmou a compra da participação da antiga Eletrobras (atual Axia Energia) na Eletronuclear, responsável pela operação das usinas de Angra 1 e 2, em Angra dos Reis (RJ). O negócio foi avaliado em R$ 535 milhões, além da assunção de R$ 2,4 bilhões em debêntures e garantias financeiras.
Em seguida, a Âmbar concluiu a aquisição de quatro pequenas hidrelétricas da Cemig, por R$ 52,4 milhões, e da usina termelétrica Goiânia II, da GNPW Participações.

A Âmbar integra o grupo J&F, maior conglomerado empresarial do Brasil, com operações em mais de 20 países e cerca de 300 mil colaboradores, dos quais 180 mil estão no país. O grupo atua em diversos setores, incluindo energia, alimentos, celulose, mineração e serviços financeiros.

Amazonas

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou em setembro, em reunião administrativa, a assinatura do terceiro termo aditivo da concessão da Amazonas Energia, o que significa a transferência do controle da distribuidora para a Âmbar.

Como a discussão estava no âmbito de uma conciliação judicial, por causa do imbróglio causado pelo fim da vigência da Medida Provisória (MP) 1.212, a assinatura do aditivo ainda depende da decisão da Justiça, que dará a segurança jurídica ao acordo.

O novo contrato, ao segundo o site MegaWhat, prevê que a Âmbar aporte de uma vez R$ 9,8 bilhões na distribuidora, em até 60 dias após a transferência do controle. Em contrapartida, a empresa terá 15 anos de subsídios para cobrir custos operacionais, perdas de energia e inadimplência, divididos em três ciclos, sendo que no primeiro deles não haverá compartilhamento de ganhos de eficiência com os consumidores.

Esse modelo substituiu a trajetória de metas graduais do acordo anterior e põe fim ao impasse que se arrasta há mais de um ano.

As flexibilizações tarifárias cobertas pela Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) eram a parte polêmica do contrato anterior. A Âmbar divergia do entendimento da Aneel sobre o ritmo da redução dessas flexibilizações, que seriam reduzidas ano a ano até 2038, forçando uma melhoria contínua.

No contrato aprovado ontem, os valores foram fixados em R$ 943 milhões por ano, corrigidos pelo IPCA, por 132 meses (11 anos), o que ajuda a dar estabilidade para a gestão da empresa. Mas isso não significa que a distribuidora terá direito a esse valor em flexibilizações durante todo o horizonte de tempo.

Nos primeiros seis anos, não haverá compartilhamento dos ganhos de eficiência com os consumidores, então, se a Amazonas Energia conseguir operar com um custo menor, o ganho será integralmente da companhia.

A partir do sétimo ano, começa o segundo ciclo tarifário, em que metade dos ganhos de eficiência será dos consumidores, e qualquer avanço obtido no primeiro ciclo terá metade do valor abatido do teto das flexibilizações. Como a Amazonas Energia terá direito a ficar com os ganhos de eficiência deste primeiro ciclo e o aporte inicial será significativo, a expectativa é que, com isso, a distribuidora tenha incentivos a buscar o máximo de eficiência possível.


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