Wilson Lima completa mil dias de gestão sem ter o que comemorar, dizem parlamentares de oposição e sindicalista

Réu no Superior Tribunal de Justiça (STJ), acusado de seis crimes, entre eles de liderar organização criminosa, o governador Wilson Lima (PSC) completou, nesta semana, 1.000 dias no comando do Executivo estadual. Parlamentares e líder sindical ouvidos pelo 18 Horas/Rádio Mix FM disseram que o governador Wilson não tem o que comemorar ao que julgam como desastrosa gestão administrativa.

A “comemoração” pelos 1.000 dias de gestão Wilson Lima não se viu nem mesmo nas redes sociais pessoais do governador tampouco nas páginas oficiais do Governo do Amazonas.

Para o deputado estadual Dermilson Chagas (sem partido), em quase três anos comandando o Executivo Estadual com recorde de arrecadação, Wilson Lima não conseguiu resolver os problemas que incomodam os amazonenses. “Nesses 1000 dias, nós podemos dizer que ele está vivendo numa bolha, não conseguiu furá-la. Não conseguiu enxergar os problemas crônicos que nós temos desde quando ele era candidato. O estado teve arrecadação excedente em 2019 e mais dois empréstimos, sendo um de 200 milhões de dólares, e (outro) de 400 milhões de dólares. Em 2020, fechou (excedente de arrecadação) praticamente com R$ 5 bilhões; 2021 já temos excesso de arrecadação; já autorizamos o governo a fazer mais um empréstimo de R$ 1,5 bilhão e o estado vai fechar com orçamento excedente em R$ 9 bilhões praticamente. Esse é o lado positivo, mas o que nós queremos ver tudo isso em política para o povo do Amazonas”, analisou Dermilson.

O outro parlamentar de oposição ao governador, deputado Wilker Barreto (sem partido) ressaltou que o Amazonas não tem o comemorar e classificou a gestão Wilson Lima como desatrosa.

“O Amazonas infelizmente não tem o que comemorar. Nesses mil dias de gestão do Wilson Lima foi marcado por um desastre impressionante. Desde 2019, corrupção no governo; contratos da OS (Organização Social) do Delphina (Aziz); uso de jatinho. Vamos botar 2020: condução desastrosa em relação à pandemia. O orçamento do estado batendo recorde de receita e os serviços oferecidos ao povo da forma mais catastrófica. Começamos 2021 com uma segunda onda e os erros da primeira agravaram-se na segunda com crise de oxigênio. Governador é réu em seis crimes no STJ. Ou seja, é um governo de muita tristeza e pouquíssimos acertos. Eu não consigo me socorrer aqui de qual acerto fez a gestão Wilson Lima”, avaliou Wilker, reiterando que o Auxílio Estadual definitivo lançado pelo governador, no valor de R$ 150, é aquém do necessário pela população em vulnerabilidade social. “Um auxílio emergencial, agora, um ano e meio depois do início da pandemia e ainda é insuficiente porque R$ 150 é meia cesta básica do que é hoje o custo da cesta básica”, completou.

Saúde
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Santas Casas, Entidades Filantrópicas e Religiosas e Estabelecimentos de Saúde do Estado do Amazonas (Sindpriv-AM), Graciete Mouzinho, disse que não consegue enxergar nenhum avanço na área da saúde e nem de condições trabalhistas para os profissionais que atuam nas unidades da rede estadual.

“Acerto, eu não consigo ver sinceramente nenhum na área de saúde. O que ele poderia ter feito para melhorar a saúde era ter construído mais hospitais, mais maternidades porque as maternidades estão lotadas e não têm leitos. Foi péssimo, foi ruim, nós perdemos muitos profissionais da saúde neste período de pandemia, perdemos muitos entes queridos. Perdemos muitos profissionais que perderam a família toda. E foi uma decadência muito grande. Não consigo enxergar nada, a não ser agora, lá no Delphina, que teve a inauguração para atendimento. Mas a gente vai ver mesmo se vai funcionar. O hospital Delphina é de grande porte, é um hospital que está equipado. Agora, se vai funcionar é que é o problema. Não vejo nada de novo, nada de bom. Nada que a gente pudesse dizer que com toda a situação que nós passamos, se houve melhora disso, melhora daquilo, não houve”, avaliou Graciete.

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