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Amazonas

Polícia e Ministério da Justiça e Segurança prendem homens por crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes no AM

Além do Amazonas, a operação foi deflagrada em outros estados do país

Erlon Rodrigues

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) informou, por meio da Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Cibernéticos (Dercc), em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que deflagrou, nesta terça-feira (27/05), a Operação Mão de Ferro 2, que resultou no cumprimento de dois mandados de prisão temporária e dois mandados de busca e apreensão contra dois homens, de 20 e 22 anos, investigados por crimes cibernéticos praticados contra crianças e adolescentes.

As prisões aconteceram em Manaus e um dos mandados de busca foi cumprido em Urucará (a 261 quilômetros da capital).

A ação é coordenada nacionalmente pelo Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), vinculado à Diretoria de Operações Integradas e Inteligência (Diopi), do MJSP, e ocorre simultaneamente em vários estados brasileiros.

De acordo com o delegado Henrique Brasil, titular da Dercc, a operação teve início a partir de informações repassadas pelo MJSP, indicando a atuação de um grupo com abrangência nacional, que utilizava plataformas de redes sociais para induzir crianças e adolescentes à automutilação e ao suicídio.

“Esses indivíduos compartilhavam entre si material pornográfico e cometiam diversos crimes no ambiente virtual, utilizando perfis falsos e mecanismos para mascarar suas identidades, dificultando a identificação dos envolvidos”, afirmou o delegado.

No Amazonas, a operação resultou na prisão de dois suspeitos, no cumprimento de dois mandados de busca e apreensão, e na apreensão de computadores e aparelhos celulares. “Estamos reunindo provas para transformar essas informações preliminares em um inquérito policial robusto e detalhado”, explicou Henrique Brasil.

A autoridade policial destacou que se trata de uma organização criminosa estruturada, com funções bem definidas: criadores de conteúdo, líderes, disseminadores e indivíduos responsáveis pela criação de perfis falsos, usados para facilitar a prática dos crimes.

“No estado, identificamos dois envolvidos diretamente. Eles criavam perfis, interagiam com outros membros e participavam ativamente dos grupos. Apesar de negarem ter induzido alguém diretamente, sua participação na rede criminosa está evidenciada”, acrescentou o delegado.

O titular da Dercc informou ainda que a equipe de investigação já possui um vasto material reunido, e que a operação serve para reforçar e aprofundar as provas já colhidas.

As investigações revelaram a existência de uma rede criminosa responsável por diversos delitos, incluindo: induzimento, instigação ou auxílio à automutilação e ao suicídio; perseguição (stalking); ameaças; produção, armazenamento e compartilhamento de pornografia infantil; apologia ao nazismo; e invasão de sistemas informatizados, inclusive com acessos não autorizados a bancos de dados públicos.

Os crimes eram praticados, principalmente, por meio de plataformas como WhatsApp, Instagram, Telegram e Discord.

Operação

A operação é fruto de um trabalho integrado entre o Ciberlab/Diopi/Senasp e as Polícias Civis dos estados participantes, que atuaram de forma coordenada e simultânea, com intensa troca de informações e alinhamento estratégico.

O nome da operação, Mão de Ferro, simboliza a resposta firme, rigorosa e coordenada do Estado brasileiro no enfrentamento de crimes de alta gravidade praticados no ambiente digital — especialmente aqueles que vitimam crianças e adolescentes. Representa o papel da lei e do sistema de segurança pública no combate à exploração digital, à violência psicológica e à disseminação de conteúdos de ódio e autodestruição.


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