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Amazonas

Paradas na produção de motos em Manaus refletem queda nas vendas de fevereiro

Nas concessionárias o estoque de motos está baixo e, para alguns modelos, a espera chega a até 40 dias. As motos mais procuradas são as usadas por entregadores, área que se expandiu na pandemia.

Produção nas fábricas do PIM foi afetada com a pandemia. (Foto: Lalo de Almeida/Folhapress)

Com seguidas paralisações no Polo Industrial de Manaus devido à pandemia de Covid-19, as vendas de motocicletas tiveram queda de 28,1% em fevereiro na comparação com o mesmo mês de 2020. O dado foi divulgado nesta terça-feira (2) pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), entidade que representa os distribuidores de veículos. A informação é da Folha.

“O mês de fevereiro foi fortemente impactado pela segunda onda da pandemia, que fechou as fábricas, afetando a produção em Manaus, também prejudicada pela escassez de peças e componentes nos últimos meses, causando um desajuste de oferta”, disse, em nota, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.

Foram licenciadas 57.428 unidades no mês passado, uma queda de 33,1% na comparação com janeiro. No primeiro bimestre, a retração é de 16,5% na comparação com 2019.

Segundo Assumpção, o estoque de motos nas concessionárias está extremamente baixo e, para alguns modelos, a espera chega a até 40 dias. Há demanda principalmente por modelos de baixa cilindrada e preços abaixo de R$ 10 mil. São as motocicletas usadas por entregadores, área que se expandiu devido à pandemia.

De acordo com a Fenabrave, existe mais crédito disponível para o setor de duas rodas. Pelo cálculo da entidade, 45% das fichas que são apresentadas aos bancos têm tido o financiamento aprovado. A alta dos preços de insumos básicos também afeta a indústria das motos.

“No caso do aço, especificamente, os aumentos são exorbitantes, afetando drasticamente a fabricação de bicicletas e motocicletas que utilizam essa matéria-prima em grande quantidade tanto nas montadoras como nos fornecedores de componentes”, diz Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo (associação que representa fabricantes de motos e bicicletas).

“Entendemos que o preço é regulado pela situação de mercado. Porém, neste momento de grandes dificuldades para a indústria produtiva, em que o país precisa trabalhar para a recuperação econômica, esses aumentos prejudicam ainda mais o cenário e a retomada do setor”, diz o executivo.

Segundo o Instituto Aço Brasil, os reajustes estão relacionados ao boom das commodities. As matérias-primas para produção do aço tiveram uma sequência de altas em 2020, como ferro-gusa, zinco e minério de ferro.

O agravamento da pandemia deve fazer a Abraciclo revisar as projeções para 2021. Em janeiro, a entidade projetou um crescimento de 10,2% na produção em relação a 2020, o que significaria a fabricação de 1,06 milhão de motos ao longo deste ano. A Anfavea (associação das montadoras de automóveis, caminhões, ônibus e implementos rodoviários e agrícolas) vai dedicar sua próxima coletiva à falta de insumos. O tema será abordado nesta sexta (5).

De acordo com dados baseados no Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), foram emplacadas 167,4 mil unidades no último mês, número que inclui carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões.Na comparação com fevereiro de 2020, houve queda de 16,7% nas vendas. Em relação a janeiro, a retração é de 2,2%.

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