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Amazonas

Imazon: desmatamento no Amazonas aumenta 50% e contribui com a maior destruição de floresta em 15 anos

Na região Norte, nos últimos 12 meses, de agosto de 2021 a julho de 2022, foram derrubados 10.781 km² de floresta. Essa foi a maior área devastada dos últimos 15 anos para o período.

O Amazonas tem a segunda maior área desmatada entre os estados da região Norte nos últimos 12 meses, de agosto de 2021 a julho de 2022: foram 2.738 km² (25%) destruídos. Os números representam um crescimento de 50% em comparação com a derrubada detectada entre agosto de 2020 e julho de 2021. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

O Pará ainda é o estado que mais desmata na Amazônia. Nos últimos 12 meses, foram derrubados 3.858 km² de floresta no estado, 36% do destruído na Amazônia. Apesar de representar uma queda de 7% em relação ao calendário anterior, essa área devastada equivale a quatro vezes o território de Belém.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Calendário do desmatamento

O chamado “calendário do desmatamento” da Amazônia fechou com mais um recorde negativo de destruição. sendo 3% superior à registrada no calendário passado, entre agosto de 2020 e julho de 2021.

Foi a segunda vez consecutiva em que o desmatamento passou dos 10 mil km² no período. Somadas, as áreas destruídas nos últimos dois calendários chegaram a 21.257 km², quase o tamanho de Sergipe. Também foi a quarta vez seguida em que a devastação atingiu o maior patamar desde 2008, quando o Imazon iniciou o monitoramento com o SAD.

Esses recordes nos acumulados ocorreram mesmo com uma redução no desmatamento em julho, que passou de 2.095 km² em 2021 para 1.739 km² em 2022, um decréscimo de 17%. O que não significa que a destruição está em baixa: a área de floresta derrubada no mês passado foi a segunda maior para julho em 15 anos, também desde o início do SAD.

“O aumento do desmatamento ameaça diretamente a vida dos povos e comunidades tradicionais e a manutenção da biodiversidade na Amazônia. Além de contribuir para a maior emissão de carbono em um período de crise climática. Relatórios da ONU já alertaram que, se não reduzirmos as emissões, fenômenos extremos como ondas de calor, secas e tempestades ficarão ainda mais frequentes e intensos. Isso causará graves perdas tanto no campo, gerando prejuízos para o agronegócio, quanto para as cidades”, alerta Bianca Santos, pesquisadora do Imazon.

Quase 40% da destruição ocorreu na Amacro

Levando em conta o desmatamento ocorrido nos últimos 12 meses, 36% ocorreu apenas na região conhecida como Amacro, onde se concentram 32 municípios na divisa entre Amazonas, Acre e Rondônia. Nessa área, há um processo de expansão do agronegócio, que derrubou quase 4 mil km² de florestas entre agosto de 2021 e julho de 2022.

E, assim como na Amazônia, a destruição na Amacro também atingiu o maior patamar dos últimos 15 anos para o período. Só que, enquanto a devastação cresceu 3% na região amazônica, a alta foi de 29% na área de divisa entre o Amazonas, Acre e Rondônia.

“Isso indica que a Amacro precisa de ações urgentes de proteção, principalmente para evitar que as florestas públicas ainda não destinadas virem alvo de grilagem. E, também, para impedir que a destruição avance pelas áreas protegidas da região, como as terras indígenas e as unidades de conservação”, afirma Bianca.

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