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Amazonas

Ex-chanceler diz à CPI que governo do Amazonas inviabilizou uso de avião dos EUA para oxigênio

Ex-chanceler diz que Itamaraty negociou com os EUA uso de avião específico para transporte do gás, mas acordo não vingou

O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo afirmou nesta terça-feira (18), na CPI da Covid, no Senado, que o governo do Amazonas não forneceu dados necessários para o envio de oxigênio com o uso de um avião dos Estados Unidos específico para este fim. O Estado, especialmente a capital, Manaus, viveu uma crise no estoque do gás em janeiro, o que agravou a situação de pacientes de Covid-19.

Ele afirmou que a negociação foi feita por meio do Ministério das Relações Exteriores, mas que acabou não concretizada. “Contatamos o governo do Amazonas, (para saber) que tipo de cilindro, especificações mínimas. Passaram-se dois 3 dias, acabou não viabilizando”, disse.

O governo do Amazonas ainda não se manifestou sobre as afirmações de Araújo.

Questionado pelo deputado federal Randolfe Rodrigues (Rede-AP) sobre o envio de cilindros de oxigênio pela Venezuela, ele respondeu tratar-se de uma doação e que, portanto, não foi necessária qualquer intervenção do governo.

Ernesto respondeu que “não” quando questionado se falou com alguém da Venezuela sobre o tema. Em sua gestão, o Brasil esvaziou as relações diplomáticas com o país vizinho.

O chanceler recebeu críticas do presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), por não ter intermediado uma viagem com aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) para a entrega dos cilindros venezuelanos. A viagem foi feita por terra, levando muito mais tempo.

Antes de Araújo, já falaram aos senadores os ex-ministros da Saúde como Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, além do atual titular da pasta, Marcelo Queiroga; o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres; o ex-secretário de Comuniação Fabio Wajngarten; e o ex-presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo.

Mais cedo nesta terça, Araújo negou rejeitou erros do Itamaraty e que possíveis rusgas com a China tenham impactado no envio de insumos para a fabricação de vacinas no Brasil.

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Em janeiro, a imprensa nacional informou que, uma semana depois do pedido emergencial, o presidente Jair Bolsonaro e o governo do Amazonas ainda não haviam conseguido viabilizar o apoio aéreo militar dos Estados Unidos para acelerar o suprimento de oxigênio hospitalar no Estado.

O Brasil queria o empréstimo de aviões com maior capacidade de carga do que os da Força Aérea Brasileira (FAB). Além de o Itamaraty ter sido pressionado a agir por congressistas e feito apelo ao embaixador norte-americano em Brasília, Todd Chapman, a Embaixada do Brasil em Washington formalizou um pedido de empréstimo de avião cargueiro ainda ao governo Donald Trump, no fim da semana passada.

O pedido inicial era para o envio de duas aeronaves cargueiras. No entanto, não houve resposta oficial confirmando a liberação, segundo a embaixada dos EUA. Houve desentendimentos políticos do lado brasileiro, nos bastidores, e demora para definir as necessidades mais urgentes de saúde. Uma ala do governo passou a defender a remessa de oxigênio por parte dos EUA.

“O retorno que tive do governador do Amazonas é que a embaixada americana disponibilizou o avião, mas que o Ministério da Saúde ainda não estabeleceu qual a necessidade”, disse, à época, o deputado Marcelo Ramos (PL-AM), que pressionava publicamente pelo empréstimo.  O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a dizer que o problema de abastecimento estava “equacionado”, apesar das mortes no Amazonas e no Pará. Houve também contatos diretos do governo Wilson Lima (PSC) com a embaixada dos EUA e o Itamaraty.

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