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Amazonas

Candidato a diretor do Inpa comandou estudo que previu que Manaus seria 1ª cidade a vencer a Covid, antes da 2ª e mortal onda do vírus

Em 2020, o Atlas ODS Amazonas, coordenado por Henrique Pereira, informou que a transição para uma última fase da pandemia estava acontecendo mais cedo na capital do Amazonas do que em outros epicentros do país.

O professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Henrique dos Santos Pereira, candidato a diretor do Instituto Nacional de pesquisas da Amazônia (Inpa), coordenou um estudo, divulgado em junho de 2020, que previu que Manaus (AM) seria a primeira cidade brasileira a ‘vencer’ novo coronavírus por já ter passado por altas taxas de mortes.

Manchete do G1 Amazonas sobre o estudo, em 12 de junho de 2020.

Notícia no site do jornal A Crítica de Manaus sobre o estudo.

Notícia sobre o estudo no SBTNwes.

 

Nota no site BNC Amazonas sobre o estudo, em junho de 2020.

Na época, a décima edição do boletim do projeto Atlas ODS Amazonas, do Centro de Ciências do Ambiente da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e coordenado por Henrique Pereira, informou que a transição para uma última fase da pandemia estava acontecendo mais cedo na capital do Amazonas do que em outros epicentros do país, pois os dados projetavam uma redução drástica na velocidade de mortes na cidade, após população passar por interação massiva com a Covid-19.

Em setembro do mesmo ano, a capital amazonense voltou a fechar bares e balneários para conter uma alta nas infecções pelo novo coronavírus. De acordo com dados da Fundação de Vigilância em Saúde, houve um aumento de quase 56% nos casos. O sistema público de saúde entrou em colapso no ano seguinte e chegou a enterrar caixões empilhados por conta da grande quantidade de mortes, que atingiu uma média histórica no mês de abril

Ao lançar o estudo do projeto Atlas ODS Amazonas que previu que a cidade seria a 1ªa vencer a Covid, o professor Henrique dos Santos Pereira, explicou em coletiva de imprensa online que os pesquisadores observaram que a redução na velocidade de mortes na cidade aconteceu de maneira mais rápida por Manaus já ter apresentado elevadas taxas de mortalidade e letalidade.

Segundo o estudo, o fenômeno de diminuição da velocidade de mortes em Manaus se deu devido à um processo chamado de “trade-off” de transmissão do vírus. O processo aconteceu devido a interação massiva da população hospedeira com a Covid-19, de acordo com o levantamento feito na décima edição do Atlas ODS.

Segundo o professor Henrique dos Santos Pereira, a estimativa era de que haveria uma redução lenta na velocidade de casos do novo coronavírus, enquanto a mortalidade deverá ter uma redução drástica e chegar a quase zero.

“A gente não sabe se isso será o fim. Então, a gente acha que a transmissão da doença deverá perder velocidade, pelo menos até que novas estirpes do vírus surjam, mutações, formas mais virulentas que reiniciem o processo de contágio, ou haja o aumento da população suscetível, caso a imunidade seja temporária”, explicou o professor à imprensa.

O levantamento de Henrique Pereira, que apontava a remissão do novo coronavírus em Manaus, foi registrado no Boletim Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Atlas Amazonas (ODS Atlas Amazonas), no dia 10 de maio de 2020. O estudo de Henrique foi alvo de confrontamento de oito pesquisadores de seis instituições brasileiras que colocaram em xeque as informações no artigo científico, intitulado “Desinformação causou aumento da mobilidade urbana e fim do confinamento social antes da segunda onda da Covid-19 na Amazônia”, publicado na revista científica Journal of Racial and Ethnic Health Disparities.

O artigo foi assinado pelo Dr. Lucas Ferrante (Ufam), coordenador do estudo, com o apoio do Dr. Alexandre Celestino Leite Almeida (Universidade Federal de São João del-Rei – UFSJ), Dr. Jeremias Leão (Universidade Federal do Amazonas – Ufam), Dr. Wilhelm Alexander Cardoso Steinmetz (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG), Dra. Ruth Camargo Vassão (Instituto Butantan de São Paulo), Dr. Rodrigo Machado Vilani (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ), Dr. Unaí Tupinambás (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG) e Dr. Philip Martin Fearnside (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa).

Solidariedade

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) divulgou nota para manifestar solidariedade ao professor Henrique Pereira, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), candidato à direção do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), “ante a campanha difamatória que vem sendo realizada contra o seu nome.

Não se trata de apoiar esta ou qualquer outra candidatura, pois a SBPC defende o processo de seleção a partir de um Comitê de Busca, baseado em critérios acadêmicos”, diz a SBPC, “trata-se de repudiar o uso político, neste momento de eleições no INPA, extrapolando o desejável debate no campo científico, para influenciar incorretamente o resultado da escolha pelo Comitê de Busca”.

A nota diz que a SBPC “entende que é fundamental distinguir o debate científico, que é legítimo, de acusações infundadas com o objetivo de prejudicar a participação de qualquer candidato em um processo democrático”.

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