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Amazonas

AM: Simeam divulga fotografias de superlotação na maternidade Balbina Mestrinho

Segundo o Simeam, nesta segunda-feira (7), uma mulher teve o parto realizado no setor de admissão da maternidade, que é a mais antiga do Estado.

O Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam) divulgou, nesta segunda-feira, imagens da Maternidade Balbina Mestrinho, em Manaus, que recebeu como denúncia da situação “caótica”na unidade de saúde da Secretaria de Estado de Saúde (Susam). Segundo o Simeam, nesta segunda-feira (7), uma mulher teve o parto realizado no setor de admissão da maternidade, que é a mais antiga do Estado, por conta da superlotação no setor de Pré-parto, Parto, Pós-parto (PPP). “Com as salas do centro cirúrgico lotadas, as mães estão sofrendo, diariamente, violência contra os direitos da mulher grávida e enquanto isso, nenhum órgão fiscalizador tem tomada nenhuma medida”, diz o sindicato.

De acordo com o Simeam, a denúncia confirma o que as fiscalizações da entidade já revelaram: as unidades materno-infantil de Manaus funcionam sem a estrutura necessária para atender as pacientes e as vidas das mães e seus bebês estão em risco: “na manhã desta segunda-feira, o caos tomou conta da maternidade Balbina Mestrinho, referência no atendimento em gravidez de alto risco”.

As fotografias, diz o Simeam, mostram o PPP superlotado, as salas de cirurgias neonatais 1 e 2 todas ocupadas pelos recém-nascidos e o centro cirúrgico atendendo uma paciente que teve sangramento e foi atendida em caráter de urgência.

Para o presidente do Simeam, Mario Vianna, mesmo após fiscalização feita pelo sindicato, a situação permanece a mesma e ninguém apresenta uma solução. Segundo ele, os médicos devem denunciar e registrar Boletim de Ocorrência (B.O) na Polícia. “O médico tem que denunciar essa falta de condições de trabalho para que depois, ele não seja penalizado, pois o Código de Ética Médica diz que o médico tem o dever de denunciar as condições inadequadas de trabalho”, afirmou.

O sindicato informou tem atuado “firmemente” sobre essas precariedades que mais de cinco unidades foram fiscalizadas nos últimos dois meses. “Mas infelizmente, os órgãos responsáveis estão sendo omissos, por isso é importante a participação de todos que fazem parte da saúde para denunciar essa falta de estrutura das unidades, que acaba resultando em mortes”, disse Mario Vianna, destacando que semana passada uma gestante também teve o parto realizado no PPP sem a assistência obstétrica adequada.

Além da falta de estrutura para o atendimento às gestantes, o Simeam já denunciou as infrações relacionadas ao setor de Raio-X da unidade, que coloca em risco a vida dos pacientes e trabalhadores que podem desenvolver câncer por conta da falta de proteção radiológica. “Já encaminhamos denúncia ao Ministério da Saúde e até mesmo ao Conselho Nacional de Energia Nuclear e vários órgãos responsáveis e esperamos que algo seja feito”, afirmou Mario Vianna.

Para o presidente do Simeam outra questão que também merece ser analisada, na maternidade Balbina Mestrinho, é a Casa de Parto Normal Intra-Hospitalar (CPNI ), que acaba sendo um local de privilégio, se comparado com o caos que ocorre nos outros setores da maternidade por falta de estrutura, ocupando uma área importante, onde caberia mais leitos.