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Cartel invade presídio, mata 19 pessoas e resgata rival de ‘El Chapo’, no México

Piñón estava preso desde 2009 e em 2010 foi condenado a mais de 200 anos de prisão por sequestro e homicídio.

Um dos fugitivos é Ernesto Alfredo Piñón. Conhecido como “El Neto” – Foto:Reprodução

Pelo menos 19 pessoas morreram e 25 presos escaparam durante um ataque atribuído, no domingo, a uma quadrilha de traficantes contra uma prisão na cidade mexicana de Ciudad Juárez, na fronteira com os Estados Unidos, segundo balanço atualizado pelo governo nesta segunda-feira.

Um dos fugitivos é Ernesto Alfredo Piñón. Conhecido como “El Neto”, ele é o líder de uma gangue aliada ao cartel de Juárez em sua guerra contra o cartel de Sinaloa, outrora liderado por Joaquín “El Chapo” Guzmán, condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos, disse a secretária de Segurança, Rosa Icela Rodríguez.

O secretário de Defesa, Luis Cresencio Sandoval, confirmou em entrevista coletiva que dez guardas, sete presos e dois agressores morreram nos acontecimentos. Um guarda e 14 presos também ficaram feridos, acrescentou o general, que ainda anunciou a captura de cinco agressores.

Megatraficante

Piñón estava preso desde 2009 e em 2010 foi condenado a mais de 200 anos de prisão por sequestro e homicídio, segundo dados da promotoria do estado de Chihuahua. Quando ia ser transferido após a sua captura, um grupo criminoso também tentou libertá-lo, mas falhou e o detido ficou ferido.

Segundo Sandoval, apesar do perigo, o infrator não havia sido transferido para um presídio federal de alta segurança porque as autoridades de Chihuahua não o solicitaram. O presídio atacado, onde estão detidos vários pistoleiros e traficantes de rua, é de responsabilidade daquele estado.

Ataque na madrugada

O ataque ocorreu na madrugada de domingo, quando homens armados chegaram ao presídio em veículos blindados e abriram fogo contra os guardas no momento em que alguns parentes esperavam para entrar no presídio para a passagem de ano.

Segundo as primeiras investigações, o assalto armado tinha como objetivo facilitar a fuga de um grupo de presos. Após o ataque, a polícia estadual com a ajuda dos militares fez quatro prisões, acrescentou o Ministério Público sem especificar se são presos foragidos ou agressores.

Integrantes dos cartéis de Sinaloa e Juárez, que há mais de 15 anos lutam pelo controle da cidade, estão detidos nesse presídio.

Ciudad Juárez, na fronteira com El Paso, nos EUA, é estratégica para traficantes e um dos pontos onde eclodiu a onda de violência ligada ao narcotráfico em 2006. Com capacidade para 3.135 reclusos mas atualmente ocupada por 3.901, a prisão atacada tem sido palco de várias lutas e motins, incluindo um que deixou 20 mortos em março de 2009.

Os centros de detenção no México, principalmente os estatais, sofrem com problemas crônicos de superlotação e violência, que se agravaram nos últimos anos devido a conflitos entre grupos criminosos.


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