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Trabalhadores da saúde ocupam galeria da Assembleia e deputado faz alerta: “Governo ignora profissionais, que podem parar”
Trabalhadores da saúde protestaram contra a omissão do Governo quanto à falta de pagamento dos direitos trabalhistas dos RDAs, bem como o atraso de salários dos terceirizados, que variam de dois a quatro meses.
Mais de 6 mil profissionais da saúde contratados pelo Governo do Amazonas em Regime do Direito Administrativo (RDAs) e que atuam nas principais unidades hospitalares do Estado poderão paralisar suas atividades. O alerta foi dado pelo deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) em sessão ordinária da Aleam, desta terça-feira, 14, durante manifestação da classe na galeria do Poder Legislativo, que clama por soluções a respeito do não pagamento do ticket alimentação e risco de vida (periculosidade), cujos pleitos são ignorados desde janeiro de 2020.
Na galeria, cerca de 100 trabalhadores da saúde protestaram contra a omissão do Governo quanto à falta de pagamento dos direitos trabalhistas dos RDAs, bem como o atraso de salários dos terceirizados, que variam de dois a quatro meses. De acordo com a presidente interina do Sindicato dos Trabalhadores em Santas Casas, Entidades Filantrópicas e Religiosas e Estabelecimentos de Saúde do Estado do Amazonas (Sindpriv-AM), Carmem Floriana, se não houver nenhum posicionamento do Governo para solucionar as reivindicações da categoria, a possibilidade de um indicativo de greve não está descartada.
“Ontem (segunda-feira), estivemos na sede do governo e não fomos atendidos. Se hoje não tivermos uma resposta do secretário de saúde ou do governador Wilson Lima, nós vamos aderir à greve a partir de amanhã”, alertou a profissional.
Para Wilker, a falta de diálogo e a omissão de soluções do Governo quanto ao não pagamento do ticket alimentação e periculosidade aos trabalhadores da saúde, que beira mais de R$ 58 milhões, instituiu o “calote público” aos trabalhadores da saúde, tendo em vista que a SES-AM reconhece a dívida, mas não regulariza os direitos trabalhistas.
“Isso é um assunto que, infelizmente, já era para estar equacionado. O que eu não consigo entender é como um estado que bate, a cada mês, recordes de arrecadação e com dinheiro na conta, se nega de forma taxativa e arbitrária a pagar ticket alimentação e o risco de vida a técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas e demais profissionais que estiveram na linha de frente da Covid”, ponderou Barreto.
Por fim, o parlamentar voltou a cobrar a convocação do secretário estadual de saúde, Anoar Samad, ao parlamento estadual para explicar a demora do pagamento dos direitos trabalhistas aos profissionais da saúde. “Precisamos convocar o secretário de saúde para dar explicar a respeito dos RDAs, o que não pode é levar no pagode mais de 6 mil profissionais que não recebem o que a lei manda. O governo ignora os trabalhadores da saúde e os profissionais podem parar”, alertou.
Com a presença de trabalhadores da área de saúde, que atuam em hospitais da rede pública estadual, na Galeria do Plenário, o deputado Dermilson Chagas (Republicanos) lembrou a Lei Estadual nº 4852/ 2019, sobre o pagamento da data-base dos servidores da saúde e servidores médicos de forma parcelada, mas que não tem sido cumprido pelo Governo do Estado. “De 28% totais previstos na época da lei, o servidor terá apenas 9%. Que mesa de negociação é essa pra baixo? Além de prejudicar o servidor público como um todo ainda faz uma conta errada”, apontou.
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