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Brasil

Bolsonaro minimiza danos ambientais e diz que nem “galão de gasolina” faz com que Amazônia pegue fogo

Presidente nega repetidamente incêndios na floresta amazônica. Recentemente, comparou queimadas na região a “uma fogueira de São João”

Presidente comparou as queimadas na região com “uma fogueira de São João”. (Foto:Reprodução)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a afirmar que a floresta amazônica “não pega fogo”. Durante transmissão ao vivo nas redes sociais, nesta quinta-feira (9/12), o chefe do Executivo chegou a afirmar que “pode jogar um galão de gasolina lá na mata que não pega fogo”.

“Não pega fogo na Amazônia. Você pode jogar um galão de gasolina lá na mata que não pega fogo. A floresta é úmida. O que pega fogo é o entorno”, declarou.

Recentemente, o presidente mais uma vez minimizou os incêndios na floresta amazônica e comparou as queimadas na região com “uma fogueira de São João”.

Na live desta quinta, o chefe do Executivo citou dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nesta semana, que mostram que os focos de queimadas registrados em novembro deste ano foram os menores para o período desde 2018. Foram 11.596 focos de queimada no mês este ano, contra 13.014 pontos de calor detectados em novembro de 2018.

“Existe desmatamento ilegal? Sabemos que existe. Existe queimada? Sabemos que existe. Fazemos a nossa parte. O Exército do Brasil trabalhou muito no ano passado e no começo deste ano. Por isso, com toda certeza, juntamente com o Ibama, diminuiu essa quantidade de queimadas aí”, prosseguiu Bolsonaro durante sua live.

Dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite-Prodes, do Inpe, porém, divulgados em novembro, mostram que o desmatamento na Amazônia, entre agosto de 2020 e julho de 2021, foi o maior para esse intervalo de tempo desde 2006. A área desmatada foi de 13.235 km².

Seita ambiental

No mês passado, durante agenda em Dubai, nos Emirados Árabes, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, diante de empresários e autoridades árabes, que a Amazônia é “úmida” e “não pega fogo”. Em 2020, o mandatário do país fez a mesma observação e afirmou que há uma “seita ambiental” europeia, que teria interesse me estimular uma “briga comercial” para prejudicar o agronegócio brasileiro.

Durante discurso em evento de investimentos, Bolsonaro disse que os “ataques” que o Brasil sofre quando relacionados ao meio ambiente “não são justos” e convidou os investidores árabes para conhecerem a Amazônia “de fato”.

Ainda durante a viagem internacional, o presidente chegou a dizer que o Brasil foi “atacado” durante a COP 26: “Ali [COP] é um local onde quase todos apresentam os problemas para os outros resolverem. Você pode ver. China, Índia, EUA não assinaram nada. Nós somos os que mais contribuímos para a não emissão de gases de efeito estufa e que por vezes mais pagamos a conta, mais somos atacados”, disse.

Críticas à política ambiental

Desde 2019, o governo do presidente Bolsonaro tem sido criticado pela forma como tem conduzido a questão do desmatamento na Amazônia. De acordo com números divulgados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Amazônia Legal teve uma área de 877 km² sob alerta de desmatamento, uma alta de 5% em relação a 2020 e recorde para o mês de outubro na série histórica.

Dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa, do Observatório do Clima, mostram que o Brasil tem aumentado o total de gás carbônico emitido para a atmosfera, apesar de ter firmado um acordo de redução há mais de 10 anos.

Segundo o Observatório do Clima, a quantidade de gás carbônico emitida pelo Brasil em 2020 foi a maior desde 2016. Desde 2010, o país elevou em 23% o valor de gases de efeito estufa.

A informação é do site Metrópoles.


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