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Brasil

8,5 milhões de brasileiras sofreram stalking no último ano, mostra pesquisa

O levantamento ainda mira sobre outros casos de abuso de ordem sexual.

No último ano, 8,5 milhões de brasileiras foram vítimas de stalking — crime que consiste em perseguir alguém de forma reiterada, ameaçando a sua integridade física ou psicológica, tanto de forma presencial quanto virtual. A pesquisa, divulgada nesta segunda-feira pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), traz ainda um dado inédito em relação às anteriores: 1,5 milhão de mulheres tiveram fotos e vídeos íntimos vazados na internet sem seu consentimento. As informações são do O Globo.

De forma geral, mais de um terço das brasileiras (37,5%) vivenciou algum tipo de violência nos últimos 12 meses. Trata-se do maior volume de casos de violência medidos pela pesquisa desde seu lançamento, em 2017. Esse número representa 21,4 milhões de mulheres com 16 anos ou mais.

A maior ocorrência de atos de violência contra mulheres se deu no âmbito de insultos, xingamentos ou humilhação (31,4% das respondentes relataram ter sofrido algum tipo de agressão verbal). Uma grande parte das respondentes também diz ter passado por ameaças de apanhar, empurrar ou chutar (16,1%). Maior é a quantidade das que, de fato, foram agredidas por batidas, tapas, empurrões ou chutes (18,9%), um total de 8,9 milhões de brasileiras.

A pesquisa demonstrou que, em geral, mulheres que são vítimas de violência relatam ao menos três tipos diferentes de agressão nos últimos 12 meses.

O levantamento ainda mira sobre outros casos de abuso de ordem sexual. Do total, 10,7% afirmam que sofreram abuso sexual ou foram forçadas a ter relações contra sua vontade. São 5,3 milhões de mulheres sob agressões e ofensas sexuais no último ano.

Testemunhas e autores das agressões

Em relação ao episódio de violência, nove entre dez mulheres afirmaram que a violência foi testemunhada por terceiros. Em 47,3% dos casos essas pessoas foram parentes e amigos e em 27% os filhos — o que levanta a preocupação sobre os efeitos da violência doméstica em crianças e adolescentes.

Os agressores mais comuns, segundo as respostas à pesquisa, foram os cônjuges, companheiros, namorados, parceiros e maridos (40%). Ex-companheiros são 27%. Há ainda os registros de violência praticada por pais e mães (5,2%), padrastros e madrastas (4,1%) e filhos e filhas (3%).

A pesquisa ainda mostra que, semelhante ao visto em levantamentos anteriores, 47,4% das mulheres não buscaram ajuda após os episódios de agressão. A procura por familiares foi o caminho encontrado por 19,2% das mulheres, seguido por 15, 2% que procuraram por amigos. A busca por algum órgão oficial, ligado ao sistema de Justiça, no caso a Delegacia da Mulher, aparece em quarto lugar, com 14, 2%. O levantamento ainda mostra que, com percentuais menores aparecem a procura por igreja (6,0%), a ligação para a Polícia Militar (2,2%), a ligação para a Central de Atendimento à Mulher (1,8%) e a denúncia à polícia via registro eletrônico (0,7%).

A pesquisa tem abrangência nacional e foi realizada entre 10 e 14 de fevereiro de 2025. A amostra total nacional foi de 2.007 entrevistas. A amostra total de mulheres foi de 1.040 entrevistas. As sondagem passou por 126 cidades de pequeno, médio e grande porte. O levantamento teve um módulo específico de autopreenchimento, com questões ligadas à vitimização aplicada somente às mulheres. Quem aceitou participar desse módulo da análise respondeu às questões diretamente no tablet, após orientação do pesquisador ou pesquisadora.

A margem de erro para a pesquisa, considerando a amostra nacional, é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. No módulo de autopreenchimento, a margem é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.


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