Economia
Indústria de aparelhos eletrônicos teme crescer menos com dólar e juros mais altos
Abinee, entidade que representa o setor, já considera rever as previsões recentemente traçadas para este ano, que apontam crescimento de 6%.
A indústria de aparelhos eletroeletrônicos, como notebooks, smartphones e tevês, manifestou preocupação com o impacto nas vendas provocado pela elevação tanto dos juros quanto da taxa de câmbio. Enquanto os juros estão tornando o crédito mais caro, o dólar, que chegou a passar de R$ 6,00 recentemente, pressiona o preço dos produtos, cuja dependência é grande em relação a componentes importados.
A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), entidade que representa o setor, já considera rever as previsões recentemente traçadas para este ano, que apontam a um crescimento de 6% do faturamento da indústria de eletroeletrônicos, para R$ 241 bilhões.
“Muito provavelmente, teremos que revisar essa projeção diante do eventual aumento de custos e, por conseguinte, de preços”, diz o presidente-executivo da associação, Humberto Barbato.
Os fabricantes de aparelhos eletrônicos também citam maiores custos com logística, dada a alta nos preços dos fretes e do armazenamento de cargas.
Para piorar, a greve dos auditores da Receita Federal gera atrasos nas exportações de produtos e no recebimento de insumos de produção.
“Precisamos de ações efetivas do governo para resolver esse problema que se arrasta há 60 dias”, cobra Barbato, que diz ter recebido relatos de fábricas com paralisação parcial da produção.
Segundo a Associação, a alta dos juros e a perspectiva de novas elevações impactam diretamente nas vendas do setor. Por sua vez, a desvalorização cambial também afeta os custos logísticos, com elevação nos preços dos fretes e de armazenamento.
Recente Sondagem realizada pela Abinee apontou que metade das pesquisadas indicou atrasos no recebimento de cargas importadas, considerando todos os modais de transporte. No caso das vendas para o mercado externo, 39% do total de empresas exportadoras relataram problemas no envio de cargas por via marítima.
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) do Setor Eletroeletrônico de janeiro já reflete essas dificuldades. Conforme dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) agregados pela Abinee, o ICEI recuou 3,6 pontos no primeiro mês do ano, passando de 52,4 para 48,8 pontos. Com essa queda, o ICEI inicia o ano abaixo da linha divisória de 50 pontos, demonstrando falta de confiança. “Estes resultados mostram que os empresários do setor permanecem pessimistas com o rumo da economia brasileira”, afirma Barbato.
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