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Mais de cem policiais de Londres renunciam ao porte de armas após assassinato de homem negro desarmado
A polícia londrina, também conhecida como Scotland Yard, é famosa por ter poucos policiais armados nas ruas.
Mais de 100 policiais de Londres devolveram seus portes de arma nos últimos dias, depois que um colega foi processado pelo assassinato de um homem negro desarmado, morto no sul da cidade em 2022.
Os policiais alegam que não querem correr o risco de serem processados também, caso se envolvam em situações parecidas.
O chefe da Polícia Metropolitana de Londres, Sir Mark Rowley, disse que o Ministério do Interior (equivalente ao Ministério da Justiça no Brasil) deveria fazer uma revisão nos procedimentos para “dar mais proteção legal aos policiais”.
A polícia londrina, também conhecida como Scotland Yard, é famosa por ter poucos policiais armados nas ruas. Do total da força, de mais de 34 mil policiais, apenas cerca de 2.500 têm licença para portar armas.
O número aumentou apenas nos últimos anos, especialmente por causa do risco de terrorismo e também pelo aparecimento de novas organizações criminosas.
No Reino Unido, não há uma divisão entre policiais militares e civis, como acontece no Brasil. Mas existem diversas forças em cada região do país, e a Polícia Metropolitana de Londres é a maior de todas.
Nesta segunda-feira (25), o Ministério da Defesa também ofereceu soldados para ajudar a polícia londrina em suas patrulhas.
O número de incidentes com armas de fogo no Reino Unido é muito baixo. Segundo um levantamento do Ministério do Interior, entre março de 2022 e março de 2023 os policiais de todo o país se envolveram em apenas 10 casos nos quais eles tiveram que atirar.
Um desses casos, no entanto, foi o que deu início à rebelião policial do momento.
Chris Kaba, um homem negro de 24 anos, foi morto com um único tiro por um policial no sul de Londres, no dia 5 de setembro de 2022.
Kaba estava dirigindo um carro que a polícia acreditava estar ligado a um outro incidente com armas de fogo. Ele foi perseguido por policiais num carro sem identificação e sem sirenes até que parou num outro bloqueio, com carros oficiais da polícia.
Segundo testemunhas, ele teria se recusado a sair do carro que dirigia e, na confusão que se seguiu, foi atingido por um policial armado.
Vários protestos aconteceram pela cidade e a procuradoria apresentou denúncia contra o policial envolvido.
Na quinta-feira passada (21), o policial se apresentou à Justiça do país – e seus colegas iniciaram o protesto, devolvendo seus portes de armas e se recusando a patrulhar as ruas armados.
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