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Temporada de queimadas começa em alta na Amazônia, informa Greenpeace

O número de queimadas entre 1 e 21 de junho de 2020 é o maior dos últimos 10 anos nesse período – e ficou 50% acima da média dos 10 anos anteriores (2010 a 2019).

O período seco na Amazônia – quando, em 2019, foram registradas queimadas de dimensões trágicas – está começando com dados alarmantes. O número de queimadas entre 1 e 21 de junho de 2020 é o maior dos últimos 10 anos nesse período – e ficou 50% acima da média dos 10 anos anteriores (2010 a 2019), que foi de 979. As informações são do Greenpeace, com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Nos primeiros 21 dias de junho, foram detectados 1.469 focos de queimadas no bioma Amazônia, 30% a mais que no mesmo período de 2019, quando 1.125 focos foram registrados pelo Inpe. Desses 1.469 focos de queimadas detectados na Amazônia entre 1 e 21 de junho de 2020, 63% ocorreram no Mato Grosso (915).

Esses são os dados mais recentes disponibilizados pelo Inpe . Somados aos dados de desmatamento recente, este aumento no número de focos em um mês que historicamente é mais baixo anuncia o que está por vir.

Entre 1o de janeiro e 31 de maio de 2020, houve alertas de desmatamento para 2.032 km2 na Amazônia Legal, o maior número registrado para o período desde 2015. E o corte raso na floresta amazônica continua subindo.

A ameaça é que o desmate deste ano supere os 10.129 km2 medidos no ano passado, na maior taxa desde 2008 e mais do que o dobro da taxa medida em 2012.

Se olharmos de agosto de 2019 a maio de 2020 com base nos dados do Deter, do Inpe, o desmatamento foi de 6.504 km2, 78% a mais em comparação ao período anterior (agosto de 2018 a maio de 2019), quando foram desmatados 3.654 km2. Esse período de 10 meses exclui os meses de junho e julho, quando o desmatamento é historicamente mais alto.

Saúde pública

Vistas isoladamente, as queimadas representam graves riscos à saúde da população. Um dos efeitos é o aumento do registro de internações hospitalares por doenças respiratórias.

Estudo da Fundação Oswaldo Cruz constatou que o número de crianças internadas dobrou entre maio e junho de 2019 – no início do período das queimadas, numa amostra de 100 municípios da Amazônia Legal. Foram 2,5 mil internações a mais por mês, o que teria custado R$ 1,5 milhão extras ao Sistema Único de Saúde. E não são apenas as crianças que sofrem.

“As queimadas na Amazônia representam um grande risco à saúde da população. Os poluentes emitidos por essas queimadas podem ser transportados a grande distância, alcançando cidades distantes dos focos de queimadas”, diz o informe do Observatório de Clima e Saúde, ligado à Fiocruz.

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