Conecte-se conosco

Economia

Endividamento e inadimplência das famílias renovam recorde histórico em setembro, aponta CNI

Endividamento continua em alta, inadimplência e falta de condições de pagar as contas em atraso atingem suas máximas históricas e levantam preocupação para o fim de ano.

endividamento-e-inadimplencia-

O percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer (cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa) continua avançando desde fevereiro, alcançando 79,5% em outubro de 2025, o maior percentual da série histórica. É o que aponta pesquisa da egundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada nesta terça-feira (04/11).

endividamento-e-inadimplencia-

endividamento-e-inadimplencia-

endividamento-e-inadimplencia-

Segundo a pesquisa, além desse crescimento, o mês apresentou piora na percepção do endividamento, com aumento do percentual de pessoas que se consideram “muito endividadas” (16,5%), a maior taxa desde agosto de 2024, quando atingiu 16,8%. Essa é uma percepção individual das famílias, captada pela pesquisa, ou seja, representa o que cada consumidor considera muito ou pouco em termos de endividamento. Portanto, é um indicador subjetivo e não caracteriza propriamente um superendividamento, e sim a visão de cada brasileiro sobre o assunto, de acordo com a cultura do País.

O maior endividamento em outubro foi acompanhado por uma estabilidade do percentual de inadimplência, que permaneceu em 30,5%, após três meses de alta. No entanto, o percentual de famílias que não terão condições de pagar as dívidas em atraso continuou aumentando, alcançando 13,2%, renovando a maior taxa da série.

Houve aumento pelo segundo mês consecutivo do percentual de famílias comprometidas com dívidas por mais de um ano, avançando de 31,1% para 32,0%. Com isso, a média foi um prazo de 7,2 meses, retornando ao patamar de junho. Apesar de esse maior tempo para pagamento ser favorável para ser compatível no orçamento mensal, acaba gerando maior custo com juros.

Com o endividamento em nível maior, as famílias acabaram aumentando o tempo de suas dívidas atrasadas. O percentual de famílias inadimplentes por mais de 90 dias avançou de 48,7% para 49,0%, o maior nível desde dezembro de ano passado (49,2%), fazendo os juros aumentar ainda mais o endividamento, diz a CNI.

Outro fator desfavorável do mês é que, mesmo com o maior parcelamento do endividamento, o percentual dos consumidores que têm mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas aumentou pelo segundo mês, de 18,8% para 19,1%. Mesmo assim, a maior parte das famílias (56,3%) continua possuindo entre 11% e 50% da renda comprometida. Dessa forma, o percentual médio de comprometimento da renda com dívidas alcançou 29,6% em outubro, o maior nível desde maio (29,8%).

Projeções da CNC mostram que o endividamento deve continuar avançando nos próximos meses, mesmo com as preocupações, levando a inadimplência para novos recordes. Desse modo, devemos fechar 2025 com as famílias significativamente mais endividadas (+3,3 p.p.) e mais inadimplentes (+1,5 p.p.) do que no fim do ano passado.

O aumento do endividamento ocorreu principalmente entre aquelas com renda entre 5 e 10 salários, tanto no mês quanto no ano. O percentual de inadimplência evoluiu no mês apenas para as famílias com renda entre 3 e 5 salários.

Na falta de condições de pagar as dívidas atrasadas, as famílias com renda entre 5 e 10 salários foram novamente as com maior aumento, com incremento de 0,6 p.p. em relação a setembro, reforçando a necessidade de maior atenção às famílias de classe mais alta.


Clique para comentar

Faça um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

10 − 5 =