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Em 2025, desmatamento tem redução de 11,08% na Amazônia e 11,49% no Cerrado, aponta Inpe
Esta é a terceira menor taxa da série histórica, que começou a ser medida em 1988, e o terceiro ano consecutivo de redução.
A área desmatada na Amazônia atingiu 5.796 km² de agosto de 2024 a julho de 2025, o que representa queda de 11,08% em relação ao período anterior, de agosto de 2023 a julho de 2024, segundo estimativa do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgada nesta quinta-feira (30/10) em Brasília (DF). Esta é a terceira menor taxa da série histórica, que começou a ser medida em 1988, e o terceiro ano consecutivo de redução desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acumula 50% de declínio do desmatamento no bioma em 2025 na comparação com 2022.
O Cerrado também manteve a tendência de retração. A taxa oficial de desmatamento para o período foi de 7.235,27 km², o que equivale a uma queda de 11,49% em relação ao período de agosto de 2023 a julho de 2024. É o segundo ano consecutivo de redução, após cinco de alta (2019 a 2023).
Com o resultado, foi evitada a emissão de 733,9 milhões de toneladas de CO2e por desmatamento na Amazônia e Cerrado desde 2022. O valor equivale às emissões relativas a 2022 de Espanha e França somadas.
Segundo o governo federal, os números são fruto do compromisso em zerar o desmatamento em todo o país até 2030 e das ações implementadas desde o início da gestão dde Lula para cumprir essa meta.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destaca o papel de instrumentos financeiros como o Fundo Amazônia, que fortalecem os órgãos federais, estaduais e municipais e impulsionam o desenvolvimento sustentável no bioma, com vistas a tornar a preservação da floresta mais rentável do que sua destruição.
Municípios prioritários
No mesmo intervalo, foi registrada uma queda de 65,5% no desmatamento nos municípios que fazem parte do programa União com Municípios (UcM), considerados prioritários pelo MMA para as ações de controle do desmatamento e incêndios florestais. Entre os estados da Amazônia Legal que concentram as maiores taxas de redução, Tocantins apresentou diminuição de 62,5%; Amapá, de 48,15%; Acre, de 27,62%; Maranhão ,de 26,06%; Amazonas, de 16,93%; Pará, de 12,4%; Rondônia, de 33,61%; e Roraima, de 37,39%. Foi identificado aumento de 25,06% em Mato Grosso.
O desempenho obtido pelos municípios integrantes do programa UcM, segundo o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do MMA, André Lima, evidencia a importância da atuação integrada com os entes da federação. “A queda na taxa de desmatamento nos municípios prioritários é 31% maior do que o índice registrado em toda a Amazônia. Isso considerando que são os municípios que mais desmataram, esse é um impacto muito forte”, declarou.
No Cerrado, 77,9% do desmatamento ocorreu nos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, que formam a região conhecida como Matopiba.
O Prodes utiliza imagens de satélites que possibilitam a elaboração da taxa anual de desmatamento, enquanto o sistema Deter emite alertas diários de tendências de alteração da cobertura vegetal na Amazônia, Cerrado e Pantanal.
O mecanismo é fundamental para apoiar a fiscalização e o controle do desmatamento e da degradação florestal, realizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Greenpeace
“O resultado é positivo, mas ainda há espaço para avanços. É fundamental estabelecer salvaguardas permanentes e institucionalizadas, que não dependam de ciclos ou disposição governamental, além de assegurar a implementação de planos de ação robustos para períodos de maior vulnerabilidade climática.”, afirma a porta-voz da frente de Desmatamento Zero do Greenpeace Brasil, Ana Clis Ferreira.
“É fundamental avançar na destinação de terras públicas para conservação e uso sustentável, demarcar e homologar territórios indígenas, titular comunidades quilombolas. Além disso, também é preciso bloquear todos os caminhos utilizados pelos desmatadores, com ações estruturantes e medidas de longo prazo, tais como vedar crédito, regular efetivamente os fluxos financeiros que ainda beneficiam quem desmata, aumentar transparência de informações socioambientais e implementar mecanismos que promovam a rastreabilidade total de produtos agropecuários”, complementa Ferreira.
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