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Crise ne saúde do Amazonas por atrasos em pagamentos e falta de enfermeiros em UTIs marca inicio da semana

Empresas médicas informaram ao secretário de saúde que reduziram os atendimentos por atrasos nos pagamentos.

Pacientes de diversas unidades de saúde de Manaus seguem nesta segunda-feira sofrendo com atendimentos prejudicados e reduzidos em consequências da crise provocada pelos atrasos em pagamentos de empresas médicas e da falta de enfermeiros especializados nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), em função da forma de contratação implantada no último dia 1 º pelo governo do Estado.

Representantes de quinze das mais importantes empresas que prestam serviços nas unidades do governo do Amazonas assinaram um comunicado ao secretário de Saúde do Estado, Anoar Samad, informando redução temporária dos serviços não urgentes a partir de 01/12/23 “como forma de protesto diante de tamanho descaso”, no atraso de pagamentos. De acordo coma a carta, a situação será mantida até os pagamentos sejam realizados pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz).

Na sexta-feira, o presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), Mário Vianna, informou que as empresas médicas que estão com pagamentos de serviços atrasados por parte do Governo do Estado recusaram a proposta do executivo em pagar ainda em 2024 somente um mês dos demais meses em atraso.

Segundo Vianna, os pagamentos já estão atrasados para algumas empresas até que eu saiba 5, 6 meses para as empresas médicas. “E para as empresas de enfermagem, outras até mais de 6 meses. Os maqueiros estão com recorde aí eu não tenho o documento na mão, mas são 11 meses de atraso no pagamento das empresas dos maqueiros”, completou.

As empresas médicas relatam débitos em atraso referentes aos anos 2021 e 2022, assim como dos meses de agosto, setembro e outubro do de 2023. E dizem que é necessário estabelecer um cronograma de desembolso para os meses de novembro e dezembro de 2023, “garantindo seu devido orçamento e financeiro dentro da programação para 2024”.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que “está em tratativas com as cooperativas médicas para equacionar a questão dos pagamentos o mais rápido possível e que a Secretaria de Fazenda está avaliando a parte orçamentária”. O Governo do Amazonas informou que o atendimento nas unidades de urgência e emergência segue mantido.

Enfermagem

A presidente do Instituto de Enfermeiros Intensivistas do Amazonas (Ieti), Suzany Teixeira, informou, nesta sexta-feira (01/12) que houve “caos” nas Unidades de Terapia Intensiva dos principais hospitais e prontos-socorros de Manaus, no primeiro dia da mudança dos profissionais contratados diretamente pelo Governo do Amazonas, sem concurso e com salários abaixo do piso nacional.

Ela disse que muitas unidades não tiveram sequer coordenadores e alguns enfermeiros estão sendo obrigados a fazer 60 plantões ao mês. Disse, também, que 100% dos coordenadores não têm a titulação exigida pelo Ministério da Saúde (MS) e muitos profissionais que passaram a atuar são ex-técnicos de enfermagem que nunca atuaram como enfermeiros.
“Podemos afirmar que nesse primeiro dia foi o caos. Culminou com a retirada de enfermeiros de outros setores para UTIs”, disse ela, nomeando as unidades Platão Araújo, 28 de Agosto e João Lúcio, onde houve casos de até 70% de faltas.

Investigação

O Ministério Público do Amazonas (MPAM) informou que, por meio da 58ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa dos Direitos Humanos à Saúde Pública, instaurou, na última quinta-feira (30/11), um inquérito civil para investigar a atual situação da saúde no Amazonas.

De acordo com a promotora de Justiça Luissandra Chíxaro de Menezes, a ação foi desencadeada em resposta ao comunicado emitido pelas prestadoras de serviços à Secretaria Estadual de Saúde (SES) que alerta sobre a paralisação de serviços médicos não urgentes nos hospitais públicos a partir desta quinta-feira, 30/11, devido a possível falta de pagamentos.

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