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Trump diz ter ‘zerado’ entrada de imigrantes irregulares no país e culpa Biden pela ‘bagunça’ herdada

Pronunciamento do presidente, proferido em ritmo acelerado, apresentou repetidas críticas aos democratas e ao seu antecessor

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump fez em um pronunciamento televisionado na noite desta quarta-feira, diretamente da Sala de Recepção Diplomática da Casa Branca, destacando realizações de seu governo e apresentando planos para o próximo ano e os seguintes. O republicano concentrou parte de seu discurso em sua política migratória, destacando o endurecimento da segurança na fronteira, mencionando deportações em massa, e culpando o seu antecessor, Joe Biden, pela “bagunça” em que herdou o país.

— Há onze meses, herdei uma bagunça e estou consertando-a — disse Trump, em tom defensivo, dando início ao discurso, que durou pouco menos de 20 minutos.

Trump mantém a imigração como eixo central de sua agenda desde que voltou à Casa Branca, mas enfrenta divisão na opinião pública: 54% dos eleitores desaprovam sua atuação no tema, contra 44% que a aprovam, segundo pesquisa do Instituto Quinnipiac, citada pela rede americana CNN.

— Nos últimos sete meses, nenhum imigrante ilegal entrou em nosso país, um feito que todos diziam ser absolutamente impossível. Vocês se lembram de quando Joe Biden disse que precisava que o Congresso aprovasse uma legislação para ajudar a fechar a fronteira?— disse Trump em parte do discurso. — Como se viu, não precisávamos de legislação. Só precisávamos de um novo presidente. Herdamos a pior fronteira do mundo e rapidamente a transformamos na fronteira mais forte da história do nosso país.

Trump também atribuiu à sua abordagem contra a imigração ilegal a redução da violência em cidades consideradas perigosas, como a capital Washington DC.

‘Volta por cima’

Aos 79 anos e em seu último mandato, o republicano revolucionou a política dos Estados Unidos com seu estilo agressivo, medidas anti-imigração implacáveis e uma política econômica que ecoa a mensagem de sua primeira presidência: cortes de impostos e liberalização. A política comercial, no entanto, é marcadamente diferente, com uma série de tarifas erráticas que tiveram impacto sobre a inflação e abalaram o comércio global.

O governo Trump não conseguiu controlar totalmente o aumento dos preços, atualmente em torno de 2,75% em relação ao ano anterior, embora o magnata insista em ressaltar que, durante a Presidência anterior de Biden, a inflação chegou a quase 9%.

A recuperação econômica está “dando a volta por cima” após um ano de “incerteza”, declarou John Williams, membro do Federal Reserve (Fed, banco central), esta semana. Mas o nervosismo cresce entre os republicanos para as eleições de meio de mandato em novembro de 2026.

O bilionário Trump vangloria-se de uma nova “Era de Ouro” nos Estados Unidos e recentemente atribuiu à economia uma classificação “A++++”.

Os democratas, ainda sem um favorito claro para a eleição presidencial daqui a três anos, conseguiram mudar o rumo do debate com uma mensagem focada na “acessibilidade”.

Isso é especialmente relevante considerando o temido aumento nos planos de saúde, a partir de janeiro, devido ao fim de uma série de subsídios que estavam em vigor desde o início da pandemia de Covid-19.

Trump reagiu em seu estilo característico em um discurso recente na Pensilvânia: a insistência democrata na “acessibilidade”, ou seja, no custo de vida, é uma “fraude”.

De acordo com uma pesquisa da Universidade de Chicago para a Associated Press publicada na semana passada, apenas 31% dos americanos estão satisfeitos com as políticas econômicas do presidente. Mas as pesquisas também mostram que a polarização ainda molda a vida política do país: a grande maioria dos eleitores republicanos votaria novamente no magnata.

Segundo um estudo publicado em novembro pelo Pew Research Center, sete em cada dez latinos desaprovam o desempenho de Trump. Mas a maioria (67%) dos latinos que votaram no mandatário ainda acredita que ele está fazendo um bom trabalho.


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