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Taleban ocupa palácio presidencial e diz que vitória foi ‘rápida’; afegãos tentam fugir do país

O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) deve se reunir nesta segunda-feira, 16/8, para tratar da situação.

Combatentes do grupo Taleban dentro do palácio presidencial em Cabul, capital do Afeganistão. (Foto: Reprodução/Al Jazeera)

Líderes e combatentes do Taleban ocuparam o palácio presidencial horas depois de o presidente Ashraf Ghani deixar o país e ir para o Tajiquistão. O grupo tomou neste domingo, 15/8, a capital do Afeganistão sem muita resistência. A ação aconteceu após o grupo assumir as cidades importantes do país, como Jalalabad e Mazar-i-Sharif. As imagens foram transmitidas pela emissora do Catar Al Jazeera.

O grupo tomou 26 das 34 capitais provinciais em um período de 7 dias, em um avanço rápido embora não surpreendente para observadores internacionais.

O líder taleban fez um pronunciamento de dentro do palácio dizendo estar “feliz” pela tomada do poder ter ocorrido “sem derramamento de sangue”. Um alto-funcionário disse que a vitória foi “inesperadamente rápida” e o verdadeiro “teste” do novo governo começaria agora. Segundo os combatentes, uma “transição pacífica está em andamento de instalações governamentais em todo o país”. As falas foram transmitidas pela rede catarense.

Ainda de acordo com a emissora, o palácio presidencial não só foi tomado, como foi “entregue” oficialmente ao grupo Taleban. Segundo o correspondente da Al Jazeera no local, havia pelo menos três funcionários do governo afegão durante a “entrega” do palácio. “Proteger Cabul é uma responsabilidade enorme. É diferente da cidade que deixamos há 20 anos”, relatou um oficial do Taleban à AI Jazeera.

Presidente deixa o país Em um post hoje no Facebook, Ghani disse ter deixado o país para evitar “um banho de sangue”. “Hoje, deparei-me com uma escolha difícil; deveria suportar e enfrentar os talebans armados que queriam entrar no palácio ou sair do país que dediquei a minha vida a proteger os últimos vinte anos.” Nas primeiras horas de hoje, um funcionário do Ministério do Interior disse que o Taleban estava chegando “de todos os lados” e houve relatos de tiros nas proximidades da cidade.

Representantes do grupo insurgente, porém, anunciaram que a busca seria por uma rendição pacífica. Mais cedo, o ministro interino do Interior afegão, Abdul Sattar Mirzakwal, havia sinalizado a possibilidade de uma negociação, dizendo que a capital não seria atacada e que haverá uma “transição pacífica de poder”. Esta é a primeira vez desde outubro de 2001 que o grupo volta à capital. O risco de tomada de Cabul já era alertado por especialistas, que viam com apreensão a saída total das tropas americanas do Afeganistão depois de 20 anos de ocupação.

Reações

Segundo relatos, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) deve se reunir nesta segunda-feira, 16/8, para tratar da situação. Em comunicado, o secretário-geral do órgão, Antonio Guterres, pediu ‘moderação’ aos talibãs, horas depois que os insurgentes entraram na capital Cabul.

No texto, ele diz que “está particularmente preocupado com o futuro das mulheres e meninas, cujos direitos conquistados a duras penas devem ser protegidos”, disse. O Conselho de Segurança é o órgão máximo da ONU, responsável por tentar “manter a paz” desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

O premiê britânico, Boris Johnson, afirmou que a decisão dos Estados Unidos de retirarem as tropas do Afeganistão acelerou o avanço do grupo fundamentalista. “É justo dizer que a decisão dos EUA de se retirarem acelerou as coisas, mas é algo que de muitas formas tem sido um problema crônico. Nós sabíamos há muito tempo que seria desse jeito”, disse.

EUA enviam mais soldados

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou o envio de mais mil soldados a Cabul. Segundo o Pentágono, o objetivo é auxiliar a evacuação de civis americanos e afegãos. Ao todo, 6.000 soldados americanos estarão em Cabul “nos próximos dias”, disse uma fonte do órgão sob condição de anonimato.

Milhares de afegãos que trabalharam para os Estados Unidos durante a ocupação de 20 anos no país devastado pela guerra, como intérpretes ou motoristas, e suas famílias, estão tentando partir o mais rápido possível, temendo retaliação do Talibã. Muitos deles solicitarão vistos especiais de imigrante (SIV) para permanecer nos Estados Unidos.

As informações são do UOL.

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