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Secretária do Tesouro dos EUA anuncia iniciativa para estrangular finanças de atividades criminosas na Amazônia

Em Belém, secretária do Tesouro dos Estados Unidos propõem ações para combate de desmatamento e mineração ilegais.

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, anunciou, sábado (27/07), uma iniciativa de sua pasta para estrangular as finanças de atividades ilícitas na Amazônia, como o desmatamento e a mineração ilegais. Essa ação, segundo Yellen, ocorrerá em parceria com Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. As informações são do jornal Valor Econômico.

O anúncio foi feito em Belém durante evento em celebração ao primeiro aniversário do Amazônia Sempre, um programa guarda-chuva do Banco Interamericano de Desenvolvimento para estimular o desenvolvimento sustentável da região.

“Os crimes contra a natureza geram centenas de bilhões de dólares em receitas ilícitas, ao mesmo tempo em que prejudicam comunidades ocais e ameaçam ecossistemas críticos”, disse a secretária em uma mesa-redonda composta por autoridades dos governos americano, brasileiro e do Estado do Pará.

“Esses crimes alimentam a corrupção e a desestabilização onde quer que ocorram. Ao lançar esta iniciativa, ajudaremos a proteger a integridade do sistema financeiro internacional e, ao mesmo tempo, lutaremos contra uma grande ameaça às economias locais e ao meio ambiente”, disse.

Segundo Yellen a iniciativa se baseia em quatro eixos principais: Cooperação regional: O Tesouro americano marcará uma reunião, em coordenação com o governo brasileiro, “para impulsionar a cooperação na interrupção de financiamento ilícito vinculado a crimes contra a natureza”.

Participarão desse evento autoridades governamentais de Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Estados Unidos. O objetivo do governo americano é “fortalecer a estrutura para cooperação regional, alinhando-se sobre como alavancar produtivamente o trabalho em andamento e definir prioridades”.

Inteligência financeira: Integrantes do Tesouro organizarão treinamentos de
“follow the money” (ou seja, rastrear as movimentações financeiras provenientes desses ilícitos) na região. O objetivo é fortalecer autoridades locais das áreas de inteligência financeira, segurança a “conduzir investigações de lavagem de dinheiro contra organizações criminosas transnacionais, cartéis de drogas e outros atores ilícitos envolvidos em crimes contra a natureza”.

Troca de informações: Washington aumentará o compartilhamento de informações com esses países “para identificar finanças ilícitas associadas a crimes contra a natureza”. Para Yellen, “a importância do dólar americano e do sistema financeiro no comércio e finanças internacionais significa que os Estados Unidos têm um papel importante a desempenhar”.

Investigações: Compartilhamento de informações “em apoio a investigações conjuntas envolvendo atores corruptos, organizações criminosas, traficantes de drogas e outros envolvidos em atividades ilícitas que geralmente acompanham crimes contra a natureza”.

Segundo material divulgado pelo governo americano, uma Avaliação Nacional de Risco de Lavagem de Dinheiro de 2024 do Tesouro demonstrou que “os crimes contra a natureza se sobrepõem à corrupção, ao tráfico de drogas e ao crime organizado transnacional”.

“Em maio de 2024, o Tesouro publicou a Estratégia de Financiamento Ilícito de 2024, que incluía ações para aprimorar os esforços do Tesouro para combater crimes contra a natureza, como formas criminosas de exploração madeireira e comércio de vida selvagem”, diz o material. “De forma mais ampla, a estratégia exigia a priorização de medidas direcionadas e coordenação interinstitucional e multilateral para interromper a atividade de financiamento ilícito, que inclui crimes contra a natureza.”

Em abril deste ano, a Força-Tarefa para Crimes Financeiros (FinCEN), na sigla em inglês) do Tesouro dos EUA emitiu orientações para instituições financeiras “em alerta em relação a crimes ambientais, incluindo o subconjunto de crimes contra a natureza, que frequentemente envolvem atividades criminosas transnacionais”, informou o órgão.


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