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Partido Republicano ganha maioria da Câmara nos EUA; Congresso está dividido

Os Estados Unidos fizeram eleições para todos as 435 vagas para deputados federais.

O deputado republicano Kevin McCarthy discursa na Câmara. (Foto: Getty Images/AFP)

O Partido Republicano voltou a ganhar maioria na Câmara dos Representantes nos Estados Unidos com o resultado das eleições de meio de mandato realizadas em 8 de novembro, de acordo com projeções da mídia do país divulgadas nesta quarta-feira (16).

Segundo a agência Associated Press, os conservadores conquistaram a 218º cadeira na Casa, suficiente para controlá-la e adotar medidas que podem impedir planos mais ambiciosos do governo de Joe Biden (leia mais abaixo).

O comando do Senado foi definido no domingo (13) e segue nas mãos do Partido Democrata.

A contagem de votos demorou mais de uma semana. Ainda há 7 assentos indefinidos do Congresso. Até as 21h desta quarta, a divisão estava da seguinte maneira:

Partido Republicano: 218 deputados
Partido Democrata: 210 deputados

As eleições de meio de mandato renderam ganhos bem menos significativos do que o esperado pelos republicanos, que projetavam um “massacre vermelho” como resultado das disputas.

Ainda assim, a vitória do Partido Republicano na Câmara significa que os deputados do partido vão conseguir interromper os projetos do presidente Joe Biden e dos democratas e, provavelmente, vão fazer inquéritos sobre a gestão do atual presidente.

Os EUA fizeram eleições para todos as 435 vagas para deputados federais (lá, chamados de representantes) e cerca de um terço do Senado. Antes da votação, o Partido Democrata controlava essas duas casas.

Os eleitores também escolhem os governadores da maioria dos estados. Esses governadores estarão no comando nas próximas eleições e terão poder de influenciar as leis de votação estaduais ou mesmo a certificação dos resultados.

Além disso, há diversas leis locais e autoridades estaduais que foram escolhidas.

Republicanos eram os favoritos

Os políticos do Partido Republicano fizeram a campanha como os favoritos para tomar o controle da Câmara dos Deputados do Partido Democrata, do presidente Joe Biden. Tradicionalmente, o partido de oposição é o favorito nas eleições de meio de mandato.

Neste ano, algumas circunstâncias marcaram as discussões sobre as eleições:

-Inflação: a inflação de 12 meses registrada em setembro foi de 8,2% (veja mais abaixo);
Preocupação com a democracia: após a tentativa de golpe de estado, em 6 de janeiro de 2021, esse se tornou um dos temas da política do país;
-Aborto: a Suprema Corte alterou a regra sobre aborto no país, e esse também se tornou um tema importante nas eleições;
-Trump: o ex-presidente dos EUA apoia muitos dos candidatos republicanos, e o resultado da votação nas eleições de meio de mandato pode ser um sinal de força para a corrida presidencial de 2024;
-Notícias falsas: circularam mentiras ligadas a fraudes eleitorais — uma das que circularam foi a de que os eleitores republicanos estavam sendo barrados nos locais de votação. Em fóruns da internet, os republicanos mais radicalizados falavam para que os apoiadores do partido fossem armados aos locais.

O que disseram os eleitores

Segundo a agência de notícias Associated Press, metade dos eleitores diz que a inflação influenciou significativamente no voto. Os custos dispararam no ano passado e deram aos republicanos um motivo para criticar o presidente Biden. Nem todos os eleitores dizem que as políticas de Biden causaram preços mais altos.

Já uma parcela um pouco menor do eleitorado (44), diz que o futuro da democracia era sua principal consideração na hora de votar. Muitos líderes do Partido Republicano continuam a lançar dúvidas sobre o sistema eleitoral dos EUA, alegando falsamente que a eleição presidencial de 2020, que Donald Trump perdeu, foi fraudada.

Desde a eleição de 2018, os eleitores ficaram cada vez mais desmoralizados à medida que as divisões políticas do país se endureceram. Aproximadamente, três quartos dizem que o país está indo na direção errada.

Aborto foi um dos temas relevantes

Essas foram as primeiras eleições nacionais após a decisão da Suprema Corte que derrubou a jurisprudência que garantia o acesso ao aborto nos EUA (conhecida pelo nome do processo, Roe contra Wade).

O futuro do acesso ao aborto em muitos estados será decidido pelos resultados das eleições. De 10 eleitores, 3 citaram o aborto como a questão mais importante para decidir seu voto, de acordo com pesquisas de boca de urna realizadas pela Edison Research.

Donald Trump se lançou como candidato

Donald Trump anunciou na terça-feira (15) sua pré-candidatura à presidência em 2024. O ex-presidente fez um discurso de sua mansão em Mar-a-Lago, na Flórida, acompanhado de apoiadores.

Trump ainda vai ter que passar pela disputa interna do Partido Republicano e sair vitorioso para voltar a enfrentar o atual presidente Joe Biden nas urnas.

O ex-presidente participou ativamente das eleições de meio de mandato do dia 8 de novembro. Ele apoiou diversos candidatos, e muitos deles, como o Dr. Oz, perderam. Trump chegou a adiar o lançamento de sua pré-campanha por causa dos resultados considerados ruins para ele.

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