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Papa recebe cocar e diz que quer bispos denunciando violações contra os povos da floresta amazônica

A delegação, representando o Regional Norte 1 da CNBB (Estados do Amazonas e Roraima) e o Noroeste (Acre, sul do Amazonas e Rondônia), deu de presente ao Papa um cocar e um quadro-denúncia intitulado “SOS Yanomami”

Em encontro nesta segunda-feira (20/06), no Vaticano, o Papa Francisco conversou com bispos da região da Amazônia e abordou temas como violência e vulnerabilidade em relação aos povos indígenas. Na ocasião, o pontífice experimentou um cocar e pediu para que as autoridades católicas escutem mais os índios da região.

“Escutem os povos indígenas, escutem as comunidades de base, o Espírito Santo age através dessas pessoas, dos pobres da Igreja, e vocês estão na fronteira, vocês estão com os mais pobres, vocês estão onde eu gostaria de estar”, disse Francisco aos 17 bispos presentes no encontro.

O papa orientou ainda os religiosos a ficarem ao lado dos indígenas e sempre respeitarem a cultura local. Outro recado foi para que os bispos atuem sem medo em relação às violações dos direitos da população indígena. “Peçamos além da fidelidade, a graça da gratidão por podermos exercer na Igreja esse ministério ao serviço das nossas comunidades”, disse.

‘Arrisca, meu irmão, se você não arriscar, já está errando’. Essa foi uma das indicações do Papa ao desabafo de um dos 17 bispos que foram recebidos nesta segunda-feira (20), no Vaticano.

A delegação, representando o Regional Norte 1 da CNBB (Estados do Amazonas e Roraima) e o Noroeste (Acre, sul do Amazonas e Rondônia), deu de presente ao Papa um cocar e um quadro-denúncia intitulado “SOS Yanomami”, pintado ainda no ano de 1989 por um artista indígena local.

O bispo de Porto Velho, Dom Roque Paloschi, afirmou que o encontro representou comunhão, esperança e coragem.
“De comunhão porque ele acolheu tudo aquilo que nós trouxemos da realidade de nossas igrejas na Amazônia. De esperança, porque ele nos motivou a vivermos a nossa missão de pastores e não burocratas, de não perdemos este foco. E de coragem, para estar junto com as populações mais pobres e, sobretudo, que a igreja saiba respeitar as culturas, o desafio da encarnação”, disse.

Já o administrador apostólico de Roraima, monsenhor Lúcio Nicoletto, afirmou que o pontífice encorajou os bispos a atuarem “sem medo de encarar os desafios que nos apresenta o momento atual, que precisa de uma palavra profética para anunciar a esperança do Evangelho da vida, mas também denunciar tudo aquilo pisoteia os direitos fundamentais das populações indígenas e do cuidado com a casa comum”.

O bispo de Porto Velho, Dom Roque Paloschi, afirmou que o encontro representou comunhão, esperança e coragem.
“De comunhão porque ele acolheu tudo aquilo que nós trouxemos da realidade de nossas igrejas na Amazônia. De esperança, porque ele nos motivou a vivermos a nossa missão de pastores e não burocratas, de não perdemos este foco. E de coragem, para estar junto com as populações mais pobres e, sobretudo, que a igreja saiba respeitar as culturas, o desafio da encarnação”, disse.

Já o administrador apostólico de Roraima, monsenhor Lúcio Nicoletto, afirmou que o pontífice encorajou os bispos a atuarem “sem medo de encarar os desafios que nos apresenta o momento atual, que precisa de uma palavra profética para anunciar a esperança do Evangelho da vida, mas também denunciar tudo aquilo pisoteia os direitos fundamentais das populações indígenas e do cuidado com a casa comum”.

O Bispo de São Gabriel da Cachoeira, a cidade mais indígenas do Brasil, Dom Edson Damian, agradeceu ao Papa Francisco pelo Sínodo para a Amazônia e o Sínodo sobre a sinodalidade. Ele, que é bispo da diocese com a maior porcentagem de população indígena do Brasil, lhe expressou ao Santo Padre o grande agradecimento dos povos indígenas “porque pela primeira vez, são escutados, e eles se sentiam tão felizes”, destacando o trabalho fantástico de escuta feito no processo sinodal do Sínodo para a Amazônia, algo que está sendo repetido com o Sínodo atual, mostrando o Papa aos povos indígenas, “como ele os leva a sério”.

O Papa insistiu aos bispos que “escutem os povos indígenas, escutem as comunidades de base, o Espírito Santo age através dessas pessoas, dos pobres da Igreja, e vocês estão na fronteira, vocês estão com os mais pobres, vocês estão onde eu gostaria de estar”.

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