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OMS alerta: jovens não são invencíveis e escolhas fazem diferença entre a vida e a morte de outras pessoas

Recado do diretor-geral da Organização busca conscientizar público mais jovem sobre a disseminação do novo coronavírus

Menos suscetíveis ao agravamento da infecção pelo novo coronavírus, os jovens foram alvo de um alerta do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus: ninguém está imune e é preciso ter consciência do impacto de sua conduta na vida de outras pessoas.

“Tenho uma mensagem para os mais jovens: vocês não são invencíveis; o vírus pode colocá-los no hospital por semanas ou até matá-los. Mesmo se vocês não ficarem doentes, as escolhas que vocês fazem sobre aonde vão podem significar a diferença entre a vida e a morte para outra pessoa”, disse ele na semana passada.

Em São Paulo, um homem de 33 anos foi o paciente mais jovem a morrer pelo novo coronavírus no Brasil. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, ele tinha uma doença prévia que agravou seu quadro.

O risco de morte por Covid-19 entre aqueles abaixo de 50 anos, especialmente os mais jovens, de até 30 anos, é raro. Mas eles podem, sim, desenvolver os sintomas mais graves da doença.

Em entrevista a um programa de rádio da emissora pública da Itália, Luca Lorini, responsável pelo setor de anestesia e cuidados intensivos de um hospital em Bergamo, no norte da Itália, disse que o “tipo de paciente está mudando”. “Eles são um pouco mais jovens, entre 40 e 45 anos, e seus casos são mais complicados”, observou.

 

Já nos Estados Unidos, um relatório divulgado no último dia 18 pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) mostrou que, dos 508 pacientes hospitalizados no país por Covid-19, cerca de 40% tinham abaixo de 54 anos. Desse total, 20% tinham entre 20 e 44 anos e 18%, entre 45 e 54 anos.

Contudo, adultos acima de 65 anos eram a maioria dos mortos (80%). Menos de 1% dos óbitos era de pacientes entre 20 e 54 anos, e não houve mortes entre aqueles abaixo de 19 anos, acrescentou o órgão.

Em um artigo no jornal The New York Times, a americana Fiona Lowenstein, de 26 anos, contou o que passou ao contrair o vírus. Segundo ela, que não tem nenhuma doença pré-existente, tudo começou em uma sexta-feira, ao sentir dor de cabeça e febre.

“No domingo, comecei a me sentir melhor e minha febre se foi (…) mas acordei no meio da noite com calafrios, vômitos e falta de ar. Na segunda-feira, eu mal podia falar mais do que algumas palavras sem me sentir ofegante. Não podia caminhar até o banheiro sem ficar esbaforida, como se eu tivesse corrido. Na segunda-feira à noite, tentei comer, mas descobri que não tinha oxigênio suficiente enquanto fazia isso. Qualquer tarefa me deixava desesperada por oxigênio”, escreveu ela.

Na China, onde o coronavírus surgiu, a taxa de mortalidade de infectados com Covid-19 abaixo de 50 anos foi de menos de 0,4%.

Na Espanha, até o último sábado (21 de março), 34 dos 129 casos confirmados entre crianças de zero a nove anos resultaram em hospitalização (26%). Uma criança teve que ser internada na UTI (0,8%) e não houve mortes nessa faixa etária.

Já entre dez e 19 anos, dos 221 casos, 15 foram hospitalizados (7%) e nenhum deles precisou de cuidados intensivos. Uma pessoa nessa faixa etária morreu, uma taxa de mortalidade de 0,4%.

Dos 1.285 casos de pessoas de 20 a 29 anos que contraíram o vírus, 183 foram hospitalizadas (14%) e oito delas foram levadas à UTI (0,6%). Desse total, quatro morreram, uma taxa de mortalidade de 0,3%.

Por fim, entre os que tinham entre 30 e 49 anos, foram 5.127 casos confirmados da doença. Desse total, 1.028 pessoas foram hospitalizadas (20%), das quais 55 precisaram de cuidados intensivos (1,1%). Três pessoas morreram, uma taxa de mortalidade de 0,2%.

Na Itália, o país mais afetado pela pandemia do coronavírus, 12% dos pacientes que estão sendo tratados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) têm entre 19 e 50 anos, 52% têm entre 51 e 70 anos e 36%, mais de 70 anos, segundo o Ministério de Saúde do país.

 

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