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‘O mundo está desmoronando’, alerta Papa Francisco em novo texto sobre mudança climática

Francisco ainda criticou pessoas, inclusive de dentro da Igreja Católica, que duvidam do fenômeno e da gravidade da mudança climática.

As reações contra o aquecimento global são insuficientes “enquanto o mundo que nos acolhe está desmoronando e talvez se aproximando de um ponto de ruptura”, alertou o papa Francisco em um novo texto publicado nesta quarta-feira (4) e com o título “Laudate Deum”.

Oito anos depois de sua encíclica sobre ecologia “Laudato Si”, e poucas semanas antes do início de uma nova rodada de negociações climáticas da ONU (COP28), em Dubai, o papa argentino alertou sobre as “pessoas que tentaram zombar dessa constatação” e pediu uma transição energética “vinculante” que possa ser “monitorada”.

Francisco desafiou os líderes mundiais se comprometerem com metas para abrandar as alterações climáticas antes que seja tarde demais. O Pontífice alertou que a Terra está cada vez mais próxima de um “ponto sem retorno”. Ele destacou que já há danos “irreversíveis” para as pessoas e para o planeta e lamentou que os mais pobres e vulneráveis sejam atingidos com mais gravidade pelo fenômeno.

“Agora não conseguimos deter os enormes danos que causamos. Mal temos tempo para evitar danos ainda mais trágicos”, alertou Francisco.

O “Laudate Deum” foi lançado na festa de São Francisco de Assis, protetor da natureza. O objetivo da obra é estimular o debate sobre metas e medidas para frear as mudanças climáticas às vésperas da próxima rodada de negociações das Nações Unidas, em Dubai.

Na obra, Francisco mescla argumentos de diplomacia, teologia e ciência para exortar os líderes internacionais a conduzirem uma transição dos combustíveis fósseis para a energia limpa.

“O que nos é pedido nada mais é do que uma certa responsabilidade pelo legado que deixaremos, quando deixarmos este mundo”, ressaltou o Papa.

Francisco ainda criticou pessoas, inclusive de dentro da Igreja Católica, que duvidam do fenômeno e da gravidade da mudança climática. O líder religioso apontou que são falsos os argumentos de que a transição para a energia limpa geraria perda de empregos e citou dados para ancorar a convicção de que a atividade humana está por trás da crise.

“Já não é possível duvidar da origem humana – ‘antrópica’ – das alterações climáticas”, afirmou.

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