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Meryl Streep, Isabel Allende e outros famosos pedem o fim da repressão contra os artistas cubanos

‘A arte tem que estar livre de censura e repressão’, afirma o comunicado também assinado por Paul Auster, OrhanPamuk, Isabel Allende e J. M. Coetzee.

Cubanos vão às ruas para protestar. (Foto: Alexandre Meneghini_ El País)

Um novo apelo para acabar com a perseguição contra os artistas cubanos foi divulgado nesta quarta-feira em uma declaração conjunta de 300 intelectuais de todo o mundo que exigem o fim da repressão em Cuba. Personalidades do nível de Mario Vargas Llosa, Meryl Streep, Paul Auster, Orhan Pamuk, Elena Poniatowska, Isabel Allende, Zadie Smith, JM Coetzee, Jules Feiffer, Chimamanda Ngozi Adichie e Khaled Hosseini ergueram a voz para reivindicar que o Governo cubano “respeite o direito à liberdade de expressão, incluindo a liberdade artística”.

A demanda inclui “acabar imediatamente com os abusos constantes contra artistas, libertando todos os que foram detidos arbitrariamente, e retirar todas as acusações contra eles”.

A iniciativa foi promovida pelas organizações PEN International, Artists at Risk Connection, da PEN América e Human Rights Watch. O texto destaca o papel que desempenham os novos movimentos artísticos em Cuba, formados por jovens descontentes e críticos do regime, que com suas ações causam inquietação na classe dirigente de Havana.

“Os artistas cubanos, incluindo os que integram os movimentos San Isidro, 27N e Archipiélago, conseguiram chamar a atenção no país e em nível internacional para o absoluto desrespeito do Governo cubano pelos direitos humanos e lançaram as bases para os protestos multitudinários ocorridos em todo o país em 11 de julho de 2021. Durante anos, esses artistas independentes promoveram manifestações pacíficas e usaram a Internet para organizar protestos e denunciar abusos. Por exemplo, a canção viral Patria y Vida, que reformula o velho lema do Governo cubano ‘Pátria ou morte’ para criticar a repressão no país, foi cantada por muitos manifestantes durante os protestos”, afirma a declaração.

A plataforma Archipiélago foi criada pelo jovem dramaturgo Yunior García, uma voz crítica do regime que teve que se exilar na Espanha por causa do assédio de que foi vítima depois de convocar um protesto em Havana. A Archipiélago nasceu depois da manifestação de 300 jovens artistas às portas do Ministério da Cultura em 27 de novembro de 2020, realizada após a prisão de vários membros do Movimento dissidente San Isidro.

A plataforma reúne um grupo de artistas que das redes sociais exige abertura e mudança política em Cuba. “Constitui um espaço plural em que é importante a existência de ideias diversas, onde aprendamos a chegar ao consenso, pelo menos o que nos une nessa diversidade, mas respeitando a diferença, a possibilidade de que o outro tenha parte da razão e que nós possamos alcançar uma verdade coletiva, digamos, sem anular essa diferença que nos caracteriza”, explicou García.

As ações promovidas por esta nova geração de artistas cubanos resultaram em repressão por parte do regime, que os persegue, detém ilegalmente, leva à prisão e mantém sob constante vigilância e intimidação, e também lhes impõe prisão domiciliar e ações criminais sem amparo legal.

“Não há justificativa válida para perseguir artistas por suas opiniões. Instamos o Governo cubano a respeitar o papel fundamental que a arte e os artistas desempenham na sociedade e a cessar de imediato a intimidação dos artistas que expressam posições políticas e sobre questões sociais que não coincidam com a rígida ideologia do Governo”, diz o comunicado, que também é assinado pelo escritor colombiano Héctor Abad Faciolince, o ator Alec Baldwin, a escritora nicaraguense Gioconda Belli, a jornalista mexicana Lydia Cacho, o romancista norte-americano Jonathan Franzen, a ativista nicaraguense Bianca Jagger e a escritora espanhola Rosa Montero. “A arte tem que estar livre de censura e repressão, em Cuba e em qualquer outro lugar do mundo”, conclui o manifesto.

A informação é do jornal El País.

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