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Fronteira entre Gaza e Egito fecha mais uma vez e passagem de brasileiros fica incerta

Grupo recebeu autorização de Israel, do Egito e do governo palestino para deixar o território. Mas fronteira de Rafah, a única via de saída de Gaza atualmente, foi fechada novamente.

Fronteira entre Gaza e Egito. (Foto:Reprodução)

A fronteira entre o sul da Faixa de Gaza e o Egito voltou a ser fechada nesta sexta-feira (10), e a passagem do grupo de brasileiros que aguardavam para cruzá-la ficou incerta.

O grupo de brasileiros e parentes integra a lista de 7ª estrangeiros que foram autorizados a deixar o território nesta sexta. Desde cedo, eles estavam em frente ao posto de controle da cidade fronteiriça de Rafah aguardando para poder sair.

Segundo confirmaram ao g1 e à Globonews  os embaixadores do Brasil em Israel, Frederico Meyer, e na Palestina, Alessandro Candeias, apenas duas ambulâncias com feridos conseguiram cruzar nesta sexta pela a passagem de Rafah, a única saída atual da Faixa de Gaza e que fica aberta por algumas horas diariamente.

Até a última atualização desta reportagem, os embaixadores disse ainda não saber se os brasileiros conseguirão atravessar ainda nesta sexta-feira.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que a passagem foi fechada e afirmou que ainda não é possível dizer se a passagem dos brasileiros ocorrerá hoje ou no fim de semana.

“Apesar de terem sido levados até o posto de controle, eles não puderam passar porque o posto de controle não foi aberto”, declarou. “A passagem é complexa, porque o posto de controle de Rafah fica aberta por apenas algumas horas por dia, e existe um entendimento que ambulâncias passam primeiro. Foi o que aconteceu hoje”.
O chanceler também afirmou que a lista com o nome dos 34 que integram o grupo já está em mãos das autoridades do Egito e de Israel “há vários dias”.

Um trâmite por conta do nome de um dos brasileiros que não estava incluído na lista fez com que o grupo demorasse mais para conseguir cruzar a fronteira.

O grupo, de 34 pessoas, será repatriado após um longo caminho por terra e, também, pelo ar até chegarem a Brasília.

O grupo é formado por 34 pessoas que estavam no sul da Faixa de Gaza, nas cidades de Khan Younis e Rafah. Inicialmente, uma pessoa que aguardava autorização e fazia parte do grupo não estava na relação divulgada pelas autoridades.

A chegada dos repatriados no Brasil está prevista para no domingo (12), em Brasília.

Caminho por terra e ar

Segundo a Embaixada do Brasil no Egito, assim que cruzarem a fronteira, será avaliada a necessidade de atendimento médico ainda em Rafah. Uma equipe do Itamaraty está sob aviso para recebê-los. O governo egípcio também montou um hospital de campanha para o atendimento dos estrangeiros.

No Egito, o grupo será recebido por uma equipe de diplomatas e pelo embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto.

A partir de Rafah existem duas possibilidades de trajeto:

ida em um ônibus até o aeroporto de El Arish, que fica a 53 km de Rafah, para embarque no avião presidencial que já está no Egito à espera do grupo. A aeronave depois fará escalas no Cairo, Roma, Las Palmas, Recife antes da chegada no destino final em Brasília.
ou viagem até a cidade do Cairo em um ônibus. Neste caso, a previsão é que a viagem por terra dure entre cinco e seis horas.

A depender do horário de chegada, existe a possibilidade de o grupo dormir em El Arish ou no Cairo e seguir viagem no dia seguinte para o Brasil, nas mesmas escalas, de acordo com o embaixador.

O avião presidencial está no Aeroporto do Cairo à espera do grupo que será repatriado e também com autorização para decolar até o aeroporto de El Arish. Uma médica oficial da Aeronáutica também irá acompanhar as famílias no voo com destino ao Brasil.

Chegada e vida no Brasil

O governo federal irá oferecer abrigo, documentação e alimentação para os brasileiros em Gaza quando forem repatriados.

Uma força-tarefa será mobilizada no aeroporto, onde haverá estrutura de acolhimento com representantes da Polícia Federal e Receita Federal destacados para auxiliar no desembaraço de documentação, caso haja necessidade.

Haverá ainda a presença de médicos, psicólogos e um posto de imunização para fazer o atendimento imediato.

Como adiantou o blog da Andréia Sadi, as famílias poderão ficar abrigadas no estado de São Paulo, segundo o secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho.

Cada família terá um espaço separado. A GloboNews apurou que um dos abrigos fica no interior paulista. Quem tiver vínculos no Brasil e queira permanecer em outras cidades, terá o deslocamento garantido após concluir a regularização da documentação.

O Acnur (Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) têm dado apoio para garantir a aplicação de todo o protocolo humanitário recomendado para refugiados nessa situação.

As opções para os cidadãos palestinos são a entrada com visto brasileiro, pedido de admissão excepcional ou pedido de refúgio. Segundo o embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto, as famílias receberão os documentos necessários para entrar no Brasil e caberá à PF fazer os controles na chegada.

A presidente do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) Sheila Carvalho afirma que as equipes já estão preparadas para receber pessoas sem nacionalidade brasileira reconhecida e em diálogo com outros órgãos para a acolhida.

A presidente do Conare também diz que as pessoas que cumprirem as exigências poderão pedir inclusão nos programas de transferência de renda, como o bolsa-família, e em outros benefícios, como o auxílio aluguel.

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