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Brasil é principal mercado de agrotóxicos altamente perigosos, diz estudo

Levantamento foi realizado por organizações internacionais. Produtos são usados principalmente para o cultivo de soja, milho e algodão

O Brasil é o principal mercado de agrotóxicos classificados como altamente perigosos, segundo levantamento realizado pela Organização Não Governamental (ONG) suíça Public Eye e a Unearthed, organização jornalística financiada pelo Greenpeace. A informação é da BBC Brasil.

De acordo com o estudo, em 2018, as vendas desse tipo de pesticida renderam cerca de US$ 4,8 bilhões às cinco maiores companhias do setor: Basf, Bayer, Corteva, FMC e Syngenta.

As vendas de mercadorias com pelo menos um pesticida altamente perigoso (HHP, sigla em inglês para highly hazardous pesticides) representaram 35% da receita das cinco multinacionais, segundo a Unhearted. Mais de dois terços das vendas foram feitas a países de renda média e baixa, sendo o Brasil o principal mercado.

O Brasil é o país que mais compra pesticidas no mundo, diz o levantamento, movimentando um total estimado em US$ 3,3 bilhões (R$ 14,5 bilhões) apenas em 2018. Desse total, 49% são classificados como altamente perigosos. Os produtos são usados principalmente para o cultivo de soja, milho e algodão.

A Argentina comprou aproximadamente US$ 229 milhões em agrotóxicos no período, sendo 47% deles de HHP. Já o México, US$ 115 milhões, sendo 42% HHP.

As empresas, no entanto, questionam a classificação de agrotóxicos “altamente perigosos” feita pela Pesticide Action Network (PAN) e utilizada como base pela publicação.

A tabela inclui produtos que contenham pelo menos um componente identificado como altamente prejudicial à saúde ou ao meio ambiente por autoridades como a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Agência Europeia de Substâncias Químicas, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer e a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos.

“Os critérios considerados pela PAN são com frequência critérios ambientais ainda sem consenso ou respaldo (da OMS ou da FAO, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura)”, afirmou Christoph Neumann, diretor de regulação internacional da CropLife, grupo lobista do qual fazem parte as cinco multinacionais mais a japonesa Sumitomo.

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