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Após 2 anos, vacina anticovid é recordista em óbitos evitados em todo o Planeta

Em âmbito global, 69,4% tomaram ao menos uma dose da vacina e 64% completaram o ciclo inicial. O ideal, quando se fala de imunização coletiva, é que a taxa de vacinação estivesse acima de 90%.

Dois anos depois que a britânica Margaret Keenan recebeu a primeira vacina contra a covid-19 clinicamente aprovada sob a supervisão das grandes agências de vigilância sanitária do mundo, os resultados positivos são incontestáveis no Brasil e no mundo.

Segundo a plataforma Our World in Data, da Universidade de Oxford, 13,2 bilhões de vacinas contra covid já foram aplicadas em todo o mundo, juntando todas as doses, inclusive as de reforço.

“Foi a ação de pesquisa, desenvolvimento e aplicação de vacinação em massa que mais salvou vidas na história da medicina”, comenta o pesquisador, professor e médico infectologista da Unesp Alexandre Naime Barbosa, também vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Ele cita que imunizações contra varíola e poliomielite também são grandes exemplos de como vacinas salvam vidas, mas a ação contra a covid terá destaque especial na história pelos benefícios num curto período de emergência global.

No Brasil, de acordo o Ministério da Saúde, foram aplicadas 503,2 milhões de doses. Segundo o Vacinômetro da pasta, 186 milhões de brasileiros tomaram ao menos uma dose da vacina contra a covid, o que representa 87% em relação à população total de 213 milhões apontada pelo IBGE.

Em âmbito global, 69,4% tomaram ao menos uma dose da vacina e 64% completaram o ciclo inicial. O ideal, quando se fala de imunização coletiva, é que a taxa de vacinação estivesse acima de 90%. A situação fica preocupante quando se olha para o conjunto de países mais pobres, onde apenas 26,4% tomaram pelo menos uma dose.

O desafio é ainda maior no caso das doses de reforço. No Brasil, enquanto 186 milhões tomaram a primeira ou a dose única da Janssen, apenas 169 milhões tomaram a segunda. Mas o declínio mais preocupante é o fato de somente 104 milhões de brasileiros, menos de 50% da população, ter tomado a primeira dose de reforço. Entre os que tomaram a quarta dose ou segunda dose de reforço, a quantidade cai para 19% (42 milhões).

Os especialistas chamam a atenção para a necessidade de uma campanha eficiente de imunização com a vacina bivalente, fornecida no país pela Pfizer e que combate tanto a cepa original quanto as mutações, entre elas a ômicron, predominante no Brasil.

A adesão à campanha é considerada crucial, mas há obstáculos que Ministério da Saúde e autoridades sanitárias locais terão de superar. Um deles é vencer o próprio êxito da vacinação feita até agora, que reduziu a mortalidade da doença, apesar dos 698 mil mortos por covid no país desde o primeiro óbito, em 12 de março de 2020. O Brasil é o segundo país com mais mortes desde o início da pandemia, atrás dos EUA, onde 1,1 milhão morreu. No mundo todo, as mortes somam 6,8 milhões, segundo o Our World in Data.


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