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Economia

OIT: taxa de desemprego pode aumentar 33% na América Latina e Caribe devido à crise econômica da Covid-19

Levantamento aponta que empregos informais estão caindo com uma intensidade ainda maior do que os formais

Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), lançado hoje (1º), apontou que a pandemia do novo coronavírus está promovendo um impacto forte sobre o mercado de trabalho na América Latina e Caribe, com ampliação sem precedentes do desemprego e queda histórica da ocupação.

Partindo da projeção do banco mundial de uma redução da atividade econômica da região de 7,2% neste ano, a taxa de desemprego deve subir de 8% para 12,3%, um aumento na casa de 33% no índice registrado no ano passado. O máximo de majoração da desocupação na região havia sido registrado no fim dos anos 1990 em função da crise asiática, mas atingindo 9,2%, bem abaixo do patamar estimado para este ano.

Se tomada a projeção do Fundo Monetário Internacional de queda do PIB da região, a taxa de desemprego pode chegar a 13% em 2020. Entre os países da região, o Chile informou desemprego de 11,2% no trimestre de março a maio. A região metropolitana de Lima, capital peruana, chegou a 13,1% em março deste ano.

Já a taxa de ocupação, que estava em 57,7% no ano passado, pode cair para 54,7% este ano, a depender do resultado da atividade econômica diante das consequências da pandemia.

Já os empregos informais estão caindo com uma intensidade ainda maior do que os formais, conforme o estudo. Isso porque estes possuem menos garantia pela ausência de vínculo e sofrem mais diretamente com a instituição das medidas de distanciamento social.

No México, os postos formais caíram 2 milhões em março e os informais, 10,4 milhões. No Chile, essa redução foi de 16% para os sem carteira assinada e de 4,6% para os com este vínculo. Em muitos casos, parte deste contingente não conta para as taxas de desemprego porque abandonam a força de trabalho e deixam de buscar uma ocupação.

A América Latina e Caribe foi a região como maior contração da quantidade de horas trabalhadas: 20%. O resultado é equivalente a 55 milhões de postos de trabalho. A queda abarca não somente funcionário que perderam seus empregos mas também aqueles que apesar da manutenção da ocupação tiveram redução de jornada.

Esses impactos são distintos a depender dos setores. A organização fixou uma classificação dos segmentos por riscos. Na ponta dos com maior potencial de perda estão atividades relacionadas à alojamento, alimentação, comércio em geral e serviços administrativos e de apoio, bem como indústrias manufatureiras.

Classificadas como de risco médio estão os negócios de comunicações, transporte, construção e instituições financeiras. Já na outra ponta, com menos potencial de precarização, estão as áreas como administração pública, serviços de água e luz, educação e saúde, que mantiveram seus níveis de atividade.

“Entretanto, mesmo quando continuam trabalhando, os que desempenham atividades de atenção à saúde e assistência social estão enfrentando não somente demandas por jornadas de trabalho mais extensas como também enfrentam importantes riscos de contrair a covid-19 em seus locais de trabalho”, alertam os autores.

 

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