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Economia

Estudo da Fundação Getúlio Vargas aponta que ‘inflação das férias’ sobe e passa de 5%

Preços de hospedagem avançam 6,2% em 12 meses, e sorvete salta quase 20%

Foto: Bloomberg

As famílias que quiserem desfrutar das férias escolares durante este mês de julho precisam preparar o bolso. A ‘inflação das férias’ — que reúne os custos de serviços e produtos ligados ao lazer — subiu 5,76%, no acumulado em 12 meses até junho. O aumento é quase o triplo da média geral observada na inflação, que foi de 2,23%.

Os dados têm como base o IPC-10/FGV, calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), e o levantamento foi feito a pedido do EXTRA. O IPCA, calculado pelo IBGE, apresentou deflação em junho. Isso acontece porque os itens acompanhados são diferentes dos monitorados para o IPC.

Recreação, lanche e sorvete mais caros

As despesas com clube de recreação, por exemplo, subiram 5,71% nos últimos 12 meses, enquanto os preços com hospedagem subiram 6% no mesmo período. Levar a criançada para fazer um lanche ou comer doces ou salgados está 7% mais caro do que há um ano.

Levar os filhos para tomar um sorvete ou um picolé também pode impressionar: os preços subiram 18% no período. Já o custo das refeições em restaurantes, um alívio para quem passa o ano cozinhando e quer ter um tempo longe do fogão nas férias, subiu 5,58%.

Segundo Matheus Peçanha, economista do FGV Ibre, a alta no preço está associada tanto ao custo do leite, cujo preço disparou em 2022 por conta de um período de entressafra de estiagem mais rigorosa, quanto a um aumento de demanda.

Ir ao cinema ou a um espetáculo também ficou mais caro. O preço de assistir a um filme nas telonas subiu 6,08%, enquanto o custo do teatro avançou 4,07% no período.

Custos represados e demanda aquecida

Matheus Peçanha, do FGV Ibre, lembra que a cesta de consumo associada às férias é intensiva em serviços, e os custos dessas atividades ficaram represados durante a pandemia. Com a normalização da economia, o setor tem aproveitado a volta da demanda para repassar esses custos desde o ano passado:

— Os serviços foram a tônica da inflação no ano passado por conta da demanda pós-pandemia. A liberação para funcionamento trouxe de volta a demanda desses serviços que tinham ficado praticamente dois anos parados. E a própria conjuntura de demanda aquecida tende a manter esses preços em alta.

Orçamento é a chave para curtir as férias

Segundo o economista, por mais que os preços já estejam subindo em menor intensidade – inclusive com o índice de Preços ao Consumidor do IBGE registrando deflação em junho -, há preços de produtos e serviços subindo por conta de uma demanda que resiste ao cenário macroeconômico desfavorável ao consumo, em meio aos juros altos.

Para driblar os aumentos, a dica, segundo o economista, é colocar os custos no papel:

— Sempre vale a parcimônia. Às vezes é difícil ceder à tentação de consumo que vem pelos próprios filhos, mas tem que saber o passo que se pode dar e fazer um orçamento para ver o quanto se pode gastar nas férias — resume Peçanha.

 

As informações são do Extra,

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