Coronavírus: número de casos no Brasil salta para 73 e dólar bate R$ 5 pela primeira vez

Pela primeira vez, o dólar chegou a R$ 5 logo após a abertura desta quinta-feira (12), indicando mais um dia de mercados tumultuados pelo impacto econômico do novo coronavírus, especialmente depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar pandemia e o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciar a proibição de viagens da Europa para os Estados Unidos. No Brasil, o número de casos saltou para 73 e o Rio de Janeiro confirmou que já existe transmissão local no Estado.

A disparada da moeda americana aconteceu apesar do anúncio do Banco Central de leilão de venda à vista de até US$ 2,5 bilhões para hoje, cancelando o anúncio de venda de até US$ 1,5 bilhão no dia anterior. Na máxima até o momento chegou a R$ 5,0277.

Na última sessão, o dólar fechou em alta de 1,61%, a 4,7207 reais na venda, segunda mais alta cotação de fechamento da história. Com o salto desta quinta, o avanço no ano passa de 23%.

Queda do preço do petróleo

Também impactados pela decisão de Trump, os preços do petróleo caíam fortemente hoje. Nesta manhã, o petróleo Brent recuava  6,93%, a U$ 33,31 por barril e o petróleo dos Estados Unidos caía 6,22%, a US$ 30,93 por barril.

A queda nos preços também é influenciada por uma inundação de oferta barata no mercado após a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos terem afirmado que elevarão a produção em meio a uma disputa com a Rússia.

Os dois contratos de referência do petróleo caíram cerca de 50% desde máximas tocadas em janeiro. Eles tiveram a maior queda percentual diária desde 1991, com a Guerra do Golfo, na segunda-feira, após a Arábia Saudita ter iniciado a guerra de preços.

Brasil tem 73 casos

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro confirmou, hoje, o primeiro caso de transmissão local do novo coronavírus. O paciente é um homem de 72 anos e a mulher dele, de 68 anos, também havia testado positivo para a doença. Ambos têm quadro estável e se encontram em isolamento domiciliar.

Com as novas confirmações, saltou para 73 o número de infectados no país, segundo informou, em coletiva na manhã de hoje, o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. No balanço divulgado pelo Ministério da Saúde no dia anterior, eram 52 casos.  “Nenhuma das pessoas do mundo tem imunidade prévia contra esse vírus. Estamos numa semana em que, na semana que vem, a gente já trabalha com o conceito de transmissão sustentada e a gente já começa com pequenos surtos, pequenos inícios de redemoinho”, alertou Mandetta.

EUA: restrição de viagens

Na noite de ontem (11), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a suspensão de todas as viagens da Europa para os Estados Unidos durante 30 dias como forma de “proteger os americanos” do coronavírus.

A suspensão passará a valer a partir de amanhã (13), mas não terá validade para o Reino Unido, que continuará tendo voos para os Estados Unidos. As restrições também não têm validade para quem tem residência permanente em território norte-americano.

O presidente destacou que tomou a decisão após consultar autoridades na área de saúde. Ele disse que essas medidas, “fortes, mas necessárias” foram tomadas para proteger a “saúde e o bem-estar de todos os americanos”.

Ele comparou a decisão de suspender os voos da Europa à restrição que os Estados Unidos fizeram de voos vindos da China e do Irã quando a crise do coronavírus começou. Trump criticou a forma como a Europa agiu e disse que o continente deveria ter tomado medidas similares e, com isso, evitado o crescimento do coronavírus no mundo.

 

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