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Economia

Da fantasia à cura da ressaca: carnaval ficou 15,5% mais caro em 1 ano, diz FGV

A alta das passagens áreas é de 58,83%, a maior entre os 26 itens pesquisados.

Depois de dois anos sem blocos desfilando oficialmente por causa da pandemia, foliões voltam às ruas este ano com uma animação guardada por muitos meses. Mas o carnaval está mais caro: somente nos últimos 12 meses, itens relacionados à folia acumulam uma alta de 15,5%, acima da inflação de 4,62% registrada no período, segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre).

Para quem vai curtir o feriadão fora de casa, o peso no bolso é maior. A alta das passagens áreas é de 58,83%, a maior entre os 26 itens pesquisados. Viagens interurbanas de ônibus também estão mais caras (6,44%), assim como as reservas de hotel (9,85%). Para quem vai encarar a folia nas ruas, a alimentação fora de casa subiu 7,71%. Foliões que não dispensam a cerveja para se refrescar nos blocos vão pagar mais caro: 7,54%. Já a água mineral e os refrigerantes subiram 8,17%.

E não para por aí: quem pretende optar pelas bebidas alcoólicas nos cortejos vai encontrar preços mais altos também nos gastroprotetores (6,77%), que incluem remédios para o fígado, aliados na ressaca. Já anticoncepcionais, como os preservativos, subiram 11,57% nos últimos 12 meses.

Economista do Ibre e responsável pelo estudo, Matheus Peçanha avalia que o retorno da demanda suprimida nos últimos três anos ajuda a explicar a aumento de preços dos itens relacionados ao carnaval, com uma alta acima da inflação média geral.

— Ao longo de 2022, essa demanda crescente aumentou a pressão nos preços de serviços, como alimentação em bares e restaurantes, que durante a pandemia não puderam ser reajustados. É natural uma pressão maior de preço. A gente vinha com custos muito pressionados em 2020 e 2021 e, no ano passado, uma demanda crescente, aquecida, mesmo com a população em média com uma renda bem debilitada — analisa.

Com a folia mais cara, a criatividade é necessária não apenas para pensar nas fantasias, mas também para planejar o orçamento do carnaval. Para economizar, a saída encontrada pelas estudantes Mariana e Luiza Dorneles, de 18 e 19 anos, e Maria Manuela, de 18, foi fazer uma “vaquinha” para montar um guarda-roupa compartilhado de fantasias, usadas em rodízio pelas três durante a folia.

Cada uma delas deu R$ 60 e, juntas, elas compraram os adereços para desfilarem em blocos do Rio vestidas de pirata, policial, sol, cupido e fada.

— Assim não sai tão caro para nenhuma de nós e usamos fantasia todos os dias — explicou Luiza.

O trio recorreu à Saara para comprar os acessórios. O polo comercial no Centro do Rio está com a maior parte das lojas voltadas para a venda de produtos carnavalescos, desde confete, serpentina, purpurina e fantasias completas até acessórios avulsos para cada um confeccionar a fantasia do jeito que preferir.

Mas alguns itens são preferência. Os arcos temáticos, como os de sol ou de unicórnio, são muito procurados, mas os que mandam recados batem recorde de vendas: há opções desde os com nomes de hits, como a música “Malvadão”, do rapper Xamã, até os mais diretos, com o “alerta” de “Solteira”, “Casada” e “Amo Cerveja”. Os adereços saem, em média, de R$ 4 a R$ 6, dependendo da loja.

Itens imprescindíveis para guardar o celular, a carteira e outros pertences durante o cortejo, as pochetes e doleiras também são muito procuradas, custando de R$ 15 a R$ 25. Há opções mais discretas, de uma única cor, e também aquelas mais coloridas e brilhantes, que já servem como parte da fantasia.

Numa loja que normalmente vende roupas íntimas, os manequins de destaque exibem agora as hotpants (biquínis de cintura alta) e top croppeds. Lisos, brilhantes, metalizados e de diferentes cores, os conjuntos custam de R$ 30 a R$ 80 e são uma opção para quem quer curtir a folia sem sentir muito calor.

— A galera toda está buscando o conjunto, de várias cores. A gente repõe e logo acaba — conta a vendedora Walkíria Farias.

Leque para aguentar o calorão

Outra opção barata é usar folhas de papel emborrachado, o EVA, para confeccionar adereços como arcos e plaquinhas com o tema da fantasia. Foi a saída encontrada pela estudante Daphne Andrade, de 21 anos.

— Vou sair fantasiada de mate com limão, com a plaquinha de EVA e o conjunto de hotpant e cropped laranja e verde, mas ainda estou procurando — contou.

Há ainda quem opte apenas por um maiô temático: por R$ 19,90, há opções que brincam com marcas de balas, chocolates e bebidas.

— Eu e meu namorado vamos sair de Kinder Ovo e Biscoito Globo — contou o advogado Diogo Elias, de 36 anos.

Para aguentar o sol forte e o calorão dos cortejos, o protetor solar não pode ficar de fora, e as viseiras também são boas aliadas. Na Saara, os modelos variam de R$ 15 a R$ 30, dependendo do material.

A aposentada Mari Rosa, de 61 anos, não deixa de lado o leque para encarar a programação intensa de desfiles durante o carnaval:

— Vou sair vestida de odalisca no Alegria da República que desfila no Centro, e tenho que levar o leque para dar uma aliviada no calor — conta Marli, que, apesar de Portelense, também vai desfilar pela Unidos da Tijuca na Sapucaí.

Para curtir sem dor de cabeça

Nas ruas, foliões precisam ficar atentos para não virarem vítimas de golpes comuns nesta época do ano. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) deu o alerta de que a aglomeração de pessoas e a distração na hora de pagar bebidas ou alimentos, por exemplo, facilitam que bandidos apliquem o golpe da troca do cartão.

Neste crime, o golpista se passa por um ambulante e se aproveita de um momento de distração do comprador e presta atenção na senha que está sendo digitada, devolvendo um cartão diferente.

A entidade recomenda que a própria pessoa insira o cartão na maquininha e confira se o cartão devolvido é realmente o seu. Além disso, é importante pedir o recibo para checar o valor. E se o vendedor informar que precisa passar o cartão novamente, desconfie e verifique no app do banco se houve alguma cobrança.

Outro problema muito comum nos blocos são o furto ou o roubo de celular. Por isso, é melhor evitar anotar senhas de acesso em blocos de nota ou mensagens de WhatsApp, por exemplo, que podem ser acessados pelos ladrões, caso o aparelho seja roubado ou furtado desbloqueado.

As informações são do site Extra.

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