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Economia

Amazonas registra o maior índice de famílias sem condições de pagar dívidas, aponta CNC

O Estado tem 82,9% das famílias endividadas e 52,5% das famílias com contas atrasadas.

O Amazonas foi o Estado do País que registrou, em Março, o maior índice de famílias sem condições de pagar as dívidas atrasadas (22,1%). O Estado tem 82,9% das famílias endividadas e 52,5% das famílias com contas atrasadas. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgados nesta quinta-feira (04/04) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

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Os números do endividamento das famílias no Amazonas estão bem acima da média nacional. A proporção de famílias com contas a vencer no País passou de 77,9% em fevereiro para 78,1% em março. Após cinco meses seguidos de recuos, a fatia de consumidores com contas em atraso aumentou, passando de 28,1% em fevereiro para 28,6% em março. Em março de 2023, a proporção de famílias inadimplentes era mais elevada, 29,4% tinham contas em atraso.

O resultado, porém, ainda é mais baixo que o de um ano antes, em março de 2023, quando 78,3% das famílias estavam endividadas.

O Paraná foi o estado que apresentou o maior nível de endividamento (90,5%) no mês. Em março, 18 Unidades Federativas apresentaram percentual acima do resultado nacional. Em relação à inadimplência, o Rio Grande do Norte foi o estado que teve maior nível de famílias com contas em atraso (57,4%).

“Essa alta da inadimplência também é vista pelo crescimento do porcentual de famílias que não terão condições de pagar dívidas, que é o grupo mais complexo dos inadimplentes, mas com diferença de apenas 0,1 ponto porcentual e, nesse caso, já supera o indicador do mesmo mês do ano passado”, frisou a CNC.

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A parcela de famílias que afirmaram não terem condições de pagar as dívidas atrasadas, permanecendo assim inadimplentes, avançou de 11,9% em fevereiro para 12,0% em março. O resultado ainda é mais elevado que o de março de 2023, quando 11,5% estavam nessa situação.

“Para ampliar a renda disponível, as famílias buscaram aumentar o prazo para pagamento das suas dívidas. Tanto que o tempo de comprometimento com dívidas atingiu 7,1 meses em março de 2023, o maior nível desde abril de 2022”, apontou a economista Izis Ferreira, da CNC, em nota.

O aumento mensal observado na proporção de consumidores endividados ocorreu principalmente dentre o público masculino (+0,3 pontos percentuais – p.p.), sendo que, dentre o feminino, o avanço foi apenas ligeiramente menor. Já em comparação com março do ano passado, a redução do endividamento ocorreu por causa da queda de 0,7 p.p. da proporção de mulheres endividadas, visto que, no percentual de homens, houve aumento (+0,4 p.p.).

As famílias consideradas de baixa renda (até 3 salários mínimos) impulsionaram o endividamento no mês (79,7%), com alta mensal de 0,5 p.p. e anual de 0,8 p.p. Já os outros grupos apresentaram redução ou estabilidade no percentual. Além disso, a faixa de famílias com menor renda foi responsável pelo aumento das dívidas em atraso, na comparação mensal, um acréscimo de 0,6 p.p.

Já o aumento das famílias que não terão condições de pagar as dívidas em atraso ocorreu apenas nas faixas de renda intermediárias (de 3 a 5 e de 5 a 10 salários mínimos).

A faixa de baixa renda apresentou a maior necessidade de recorrer ao crédito, assim como a maior dificuldade de amortizar essas dívidas. Porém, revelou melhora do indicador de expectativa para pagar essas contas atrasadas, reflexo dos programas sociais e de auxílio ao crédito.

Ticket médio recua

O valor médio das dívidas registrou queda, pelo segundo mês seguido, entre os consumidores que relataram ter mais da metade dos seus rendimentos comprometidos. A redução foi de 0,5 p.p. no primeiro trimestre do ano, alcançando 20,7% dessas famílias.

“Para ampliar a renda disponível, as famílias buscaram aumentar o prazo para pagamento das suas dívidas. Tanto que o tempo de comprometimento com dívidas atingiu 7,1 meses em março de 2023, o maior nível desde abril de 2022”, complementa a economista da CNC.

O percentual de famílias com dívidas em atraso por mais de 90 dias permaneceu em 47,5% pelo terceiro mês, com aumento daquelas com atraso entre 30 e 90 dias para 28,7%. Dessa forma, o tempo médio de atraso foi de 63,9 dias em março.

Dívidas no cartão de crédito sobem

O cartão de crédito representou 86,9% dos endividados no mês, aumento de 0,8 p.p., na comparação com o mesmo mês do ano passado, e estável diante de fevereiro de 2024.

O crédito pessoal apresentou o maior crescimento (1,6 p.p.), resultado da queda dos juros médios da modalidade, o menor entre os últimos três meses – 41,2% em janeiro de 2024. Os financiamentos imobiliário e de carro vêm logo em seguida, com acréscimo de 1,5 p.p. no volume de endividados, cada.

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