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Vice-presidente contraria declarações de Bolsonaro e afirma que governo comprará a vacina chinesa

Hamilton Mourão afirmou que se a eficácia do imunizante Coronavac, desenvolvido pela Sinovac (CHI) e o Instituto Butantan, for comprovada contra a Covid-19, as doses serão adquiridas pelo Ministério da Saúde.

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o governo federal vai comprar a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, se comprovada sua eficácia. Segundo Mourão, as declarações do presidente Jair Bolsonaro, que disse que não iria comprar o imunizante, é “briga política com o Doria”. As informações são do jornal O Globo.

“Essa questão da vacina é briga política com o Doria. O governo vai comprar a vacina, lógico que vai. Já colocamos os recursos no Butantan para produzir essa vacina. O governo não vai fugir disso aí”, disse, em entrevista à revista “Veja”, publicada nesta sexta-feira (30).

Na quarta-feira passada, menos de 24 horas após o Ministério da Saúde anunciar que tinha a intenção de adquirir 46 milhões de doses da Coronavac, o presidente Jair Bolsonaro desautorizou o ministro Eduardo Pazuello e afirmou que o imunizante contra o novo coronavírus “não será comprado” pelo governo brasileiro. Bolsonaro chegou a dizer que existe um “descrédito muito grande” em relação ao imunizante chinês.

Após a declaração de Mourão, Bolsonaro afirmou ao R7 que “a caneta BIC” é dele, desautorizando o vice-presidente. Bolsonaro costuma se referir à sua “caneta” para destacar que ele que toma as decisões finais no governo.

Diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que a declaração do vice-presidente é “excelente” e que “demonstra que ele entende a importância da vacina nesse momento crítico da vida nacional.

“Ele, como militar de carreira e comprometido com o bem-estar da população, coloca a questão da vacina no seu devido lugar: vacina é questão de saúde e não de ideologia ou política. Acredito, pessoalmente, que o Ministério da Saúde irá adquirir as vacinas que forem aprovadas pela Anvisa para incorporar no Programa Nacional de Imunização, e o quanto antes tivermos uma vacina nessa condição melhor para todos”.

Mourão também afirmou na entrevista que não tem receio em tomar a Coronavac, caso seja certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele disse ainda que a China é uma “potência global, que pratica um capitalismo de Estado”. E que empresas chinesas que demonstrem compromisso com “soberania, privacidade e economia” têm condições de participar do leilão do 5G no Brasil.

“Agora, é partido único? É partido único. É um regime autoritário ditatorial? É um regime autoritário ditatorial. Mas é o regime deles. A gente tem de entender que a China nunca viveu sob um regime democrático, numa república como nós a entendemos”, disse.

O vice-presidente deu nota oito para o Brasil no combate à pandemia da Covid-19. Na sua justificativa, disse que o País era desigual, que não houve segunda onda e que o sistema de saúde suportou a crise.

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