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Brasil

Uber alega racismo e bane marido de deputada bolsonarista da plataforma

Guilherme Colombo acionou Justiça para reingressar no aplicativo e nega ter praticado qualquer ato discriminatório

O marido da deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC), o advogado Guilherme Colombo, tenta na Justiça de Santa Catarina voltar a usar o aplicativo da Uber, após ter sido banido da plataforma em novembro de 2022 por um suposto episódio de racismo. Em nota, Colombo diz ser alvo de uma denúncia infundada. “Sem evidências concretas, este caso parece ser uma tentativa de manchar minha reputação mais do que expressar preocupações legítimas”. As informações são do O Globo.

Segundo a empresa, durante uma corrida em Brasília, uma passageira que estava com Colombo teria perguntado ao motorista sobre sua avaliação acerca do governo Lula (PT). Ao perceber que o profissional não seria apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teria cantado a canção de ninar “Boi da Cara Preta”.

“Passageira iniciou uma discussão política ao me questionar minha opinião sobre atual governo. Repito: a passageira me questionou sobre minha opinião política e ela mesmo iniciou uma discussão desnecessária. Quando faltava um minuto para o desembarque, a passageira de pele branca começou a cantar “Boi da Cara Preta”. Fiquei paralisado e muito triste”, relatou o motorista ao aplicativo.

Após ter sido expulso da plataforma, Guilherme Colombo entrou com um processo solicitando a reativação e uma indenização de R$ 10 mil por danos morais. A tramitação ocorre em sigilo de Justiça, mas o GLOBO teve acesso aos autos do processo.

Na petição inicial, Colombo diz ter sido surpreendido pelo e-mail que comunicou sua expulsão e acreditou que se tratava de um engano. Após entrar em contato, todavia, a plataforma respondeu que teria sido realizada uma “investigação completa” sobre o caso, o que revoltou o marido de Zanatta.

“No referido e-mail o Réu diz que realizou uma ‘investigação completa’ porém NUNCA permitiu que o Autor tivesse acesso à acusação que lhe foi feita, muito menos permitiu o direito à ampla defesa e ao contraditório, excluindo de forma sumária a conta do Autor, sem ao menos o mesmo saber exatamente do que se tratava”, afirma o advogado. No documento, Colombo também diz ter certeza que não praticou qualquer ato de racismo.

A empresa, por sua vez, afirmou que a expulsão foi legítima, já que o advogado teria ferido as diretrizes da plataforma. “O motorista entrou em contato telefônico com o suporte da Uber para relatar uma situação de discriminação, que teria ocorrido durante uma viagem solicitada pelo Autor”, diz trecho da defesa. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Uber e será atualizada em caso de manifestação.

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