Brasil
Trump sobre condenação de Bolsonaro: ‘Tentaram comigo, mas não conseguiram’
As ações judiciais contra Trump não foram concluídas antes que ele voltasse a disputar as eleições. A partir daí, oram travadas sem que ele fosse julgado.

Trump durante assinatura de ordem executiva para alterar nome do Departamento de Defesa para Departamento de Guerra – Foto: Mandel NGAN/AFP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se manifestou no fim da tarde de hoje sobre a situação do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Mais cedo, o STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria para condenar o capitão da reserva e outros seis réus por golpe de Estado e mais quatro crimes.
Assim como Bolsonaro, Trump também se recusou a admitir a derrota eleitoral ao final do primeiro mandato respondeu a processos pela invasão de seus apoiadores ao Capitólio, em 6 de janeiro. As ações, no entanto, não foram concluídas antes que ele voltasse a disputar as eleições e as vencesse, no ano passado. A partir daí, as ações judiciais foram travadas sem que ele fosse julgado.
“É muito surpreendente que isso tenha acontecido. É muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram, mas só posso dizer o seguinte: eu o conhecia como presidente do Brasil. Ele era um bom homem, e não vejo isso [tentativa de golpe] acontecendo”
Donald Trump
Josias de Souza
O presidente dos EUA, que falou a jornalistas antes de embarcar de Washington para Nova York, ainda confirmou que acompanhou de perto as audiências da primeira turma do Supremo. “Eu assisti ao julgamento. Eu o conheço muito bem. Líder estrangeiro ótimo. Eu o considerava um bom presidente do Brasil”, disse Trump, que foi contemporâneo de Bolsonaro na presidência em seu primeiro mandato.
Trump foi perguntando se imporia sanções adicionais ao Brasil dada a condenação do aliado, mas não respondeu diretamente, embora tenha feito um movimento afirmativo com a cabeça. Desde o começo de julho ele vinha mobilizando ferramentas contra o país e exigindo a interrupção do processo contra Bolsonaro, ao qual chama de “caça às bruxas”.
Os EUA impõem atualmente uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, justificada em parte pela questão de Bolsonaro, e Trump ainda ordenou restrição de vistos a ministros do STF e impôs sanções financeiras da Lei Global Magnitsky a Alexandre de Moraes, o relator do processo contra Bolsonaro na corte.
Nas últimas horas, a coluna apurou que a administração Trump está discutindo que tipo de novas medidas poderia lançar sobre o Brasil e quando as acionar. O mais provável é que a Casa Branca reaja com uma nova rodada de restrições de visto a autoridades brasileiras.
Pouco depois da manifestação de Trump, o Secretario de Estado Marco Rubio afirmou por meio de sua conta no X que “os EUA responderão de forma adequada a essa caça às bruxas”.
“As perseguições políticas do violador de direitos humanos Alexandre de Moraes continuam, já que ele e outros membros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram injustamente pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro”, disse Rubio, em referência a Magnitsky contra Moraes. Rubio, porém, tampouco anunciou nenhuma nova medida direcionada ao Brasil.
O ideólogo do movimento MAGA (“Make America Great Again”) Steve Bannon acusou o STF de favorecer o governo Lula. “O tribunal de Lula desonrou o Brasil diante do mundo ao emitir uma sentença de morte ao presidente Bolsonaro”, afirmou Bannon.
Ele usou uma expressão em inglês, “kangaroo court”, que significa um tribunal capaz de condenar sem evidências
suficientes, para descrever o STF. A alusão à “sentença de morte” é um eco ao argumento de bolsonaristas de que o ex-presidente não sobreviveria às condições do cárcere, dada a sua saúde debilitada.
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