Brasil
Trama golpista: STF avança nesta semana sobre o ‘núcleo da desinformação’ e pode chegar a 21 réus
Primeira Turma vai analisar denúncia da PGR contra sete pessoas acusadas de desacreditarem urnas e atacarem adversários.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) seguirá avançando nesta semana na análise da suposta tentativa de golpe de Estado que teria ocorrido entre 2022 e 2023. Dessa vez, os ministros vão avaliar a denúncia contra o núcleo acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de atuar com táticas de desinformação, desacreditando o sistema eleitoral e atacando autoridades que não aderiram à “trama golpista”. Caso a denúncia seja aceita contra todos os integrantes, o número de réus do caso vai passar para 21.
O STF já aceitou a denúncia contra oito pessoas apontadas pela Procuradoria-Geral da República como parte do “núcleo crucial” da suposta organização criminosa, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e contra seis pessoas que fariam parte do grupo que “gerenciava” as ações, como o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques.
Está marcado para terça-feira o julgamento da denúncia em relação ao núcleo que seria responsável pela desinformação, formado por sete pessoas, segundo a PGR. Entre eles, o ex-major do Exército Ailton Barros, o sargento Giancarlo Rodrigues e policial federal Marcelo Bormevet.
Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, os membros desses grupo “propagaram notícias falsas sobre o processo eleitoral e realizaram ataques virtuais a instituições e autoridades que ameaçavam os interesses do grupo”.
Ailton Barros teria participado de ataques contra os então comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Junior, por eles não terem aderido ao plano golpista. Sua defesa afirma que ele apenas trocou mensagens de “desabafos”.
Giancarlo Rodrigues e Marcelo Bormevet trabalharam na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão do hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que já é réu. Eles são acusados de promover desinformação contra opositores do grupo.
A defesa de Rodrigues afirmou que a relação dele com Bormevet foi apenas profissional, enquanto os advogados do policial federal negaram a relação entre as atividades dele e o suposto plano de golpe.
O coronel Reginaldo Vieira de Abreu, o tenente-coronel Guilherme Marques Almeida e o major da reserva Angelo Denicoli teriam ajudo a divulgar informações falsas sobre as urnas eletrônicas, de acordo com a acusação. A mesma suspeita ocorre contra Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, organização contratada pelo PL e que ajudou a embasar uma ação do partido pedindo anulação de parte dos votos. Os quatro negam as acusações.
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