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Brasil

Sistema Inpe/Deter diz que alertas de desmatamento na Amazônia reduziram 30% em fevereiro

No cerrado, houve crescimento de 18,5% no desmate em fevereiro, indo de 553,1 km² em 2023 a 655,5 km² em 2024.

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Fiscais do Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas), escoltados por policiais militares, vistoriam desmatamento no município de Apuí, no sul do estado do Amazonas. (Foto: Lalo de Almeida)

Os alertas de desmatamento na amazônia tiveram redução de 29,7% em fevereiro, na comparação com o mesmo período de 2023. No ano passado, 321,9 km² de floresta foram perdidos no mês, índice que caiu para 226,2 km² em 2024.

Mesmo com a queda, o índice é o segundo mais alto para o mês na série histórica do sistema Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), iniciada em 2016 no bioma.

No cerrado, houve crescimento de 18,5% no desmate em fevereiro, indo de 553,1 km² em 2023 a 655,5 km² em 2024. No entanto, a alta incidência de nuvens no bioma pode ter impactado a precisão dos dados. Os números foram divulgados nesta sexta-feira (8).

Como a temporada de chuvas dificulta a derrubada da mata, o início do ano normalmente tem melhora nos números de desmatamento. Mas o tempo nublado também atrapalha a captura de imagens pelos satélites que alimentam o Deter.

Em fevereiro, a cobertura de nuvens registrada pelo Inpe no cerrado chegou a 77%, a maior já computada pelo sistema. Assim, é possível que áreas desmatadas que não tenham sido identificadas agora venham a ser contabilizadas nos próximos meses. Na Amazônia, a taxa de nuvens ficou em 20%.

O Deter mapeia e emite alertas de desmate com o objetivo de orientar ações do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e outros órgãos de fiscalização. Os resultados representam um alerta precoce, mas não são o dado fechado do desmatamento.

Os números oficiais são de outro sistema do Inpe, o Prodes, mais preciso e divulgado anualmente.

Em novembro, os dados do Prodes mostraram que, de agosto de 2022 a julho de 2023, foram perdidos 9.001 km² de floresta amazônica, uma redução de 22,3% na comparação com o período anterior. No mesmo período, o cerrado perdeu 11.011,6 km² de vegetação nativa, representando uma alta de 3%.

No mês passado, os estados que registraram maior perda de vegetação nativa na amazônia, segundo sistema Deter, foram Mato Grosso (613,4 km²), Pará (386,2 km²) e Amazonas (201,8 km²).

No cerrado, o estado líder em desmate em fevereiro foi a Bahia, com 499,5 km², seguido por Tocantins (432,8 km²) e Maranhão (417 km²).

Desde o início do ano, servidores ambientais do governo federal estão paralisados, em uma reivindicação por reestruturação da carreira da categoria e melhoria nos salários e nas condições de trabalho.

Ainda não se sabe ao certo o impacto da paralisação sobre a política ambiental do governo federal, mas os servidores indicam redução no número de autuações e na emissão de licenças.

As negociações junto aos ministérios da Gestão e Inovação do Serviço Público (MGI) e do Meio Ambiente e Mudança Climática (MMA) seguem sem avanço aparente.

Na última terça-feira (5), foi realizada uma reunião extraordinária entre o MGI e a Ascema (Associação Nacional de Servidores Ambientais), mas, segundo a organização trabalhista, a reunião foi infrutífera e não foi apresentada uma nova contraproposta pelo ministério. Agora, a Ascema busca reunião com a chefe da pasta ambiental, Marina Silva.

Os servidores reclamam que, apesar de a preservação do meio ambiente estar no centro do discurso do presidente Lula (PT), a carreira não foi valorizada, mesmo após anos de sucateamento e ataques durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

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