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Seria inadequado usar Fundo Amazônia na BR-319, diz diretora socioambiental do BNDES

“Nós não recebemos nenhum tipo de projeto em relação à 319. Na nossa avaliação é inadequado para o perfil do Fundo Amazônia”, disse a diretora

Trecho do meio da BR-319. (Foto:Divulgação/DNIT)

O Fundo Amazônia não recebeu qualquer proposta para uso de recursos na rodovia BR-319 e essa destinação seria inadequada, disse nesta quinta-feira (01/02) a diretora socioambiental do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Tereza Campello. As informações são da agência de notícias Reuters.

“Nós não recebemos nenhum tipo de projeto em relação à 319. Na nossa avaliação é inadequado para o perfil do Fundo Amazônia”, disse a diretora durante entrevista coletiva para apresentar um balanço do uso dos recursos do Fundo em 2023.

“Nas ações envolvendo o Fundo Amazônia não cabe esse tipo de ação, porque são ações de enfrentamento ao desmatamento, ou de restauro florestal, ou de geração de emprego e renda sustentável para manter a floresta em pé”, acrescentou.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, considera fundamental para a Região Norte o asfaltamento do trecho da BR-319 que liga Manaus a Porto Velho, por ser a única saída possível por terra para a capital do Amazonas.

A obra, no entanto, é considera de altíssimo impacto ambiental. O ministro alega que seria possível usar recursos do fundo para diminuir esse impacto.

“Essa estrada, ela não pode induzir o desmatamento. Ela tem que preservar, colaborar com a preservação. Agora, esse desafio não é só do Ministério dos Transportes. A gente constrói a obra com recursos públicos e o Fundo Amazônia colabora com o financiamento da operação para trazer a melhor experiência internacional de preservação ambiental, fazer paradas, garantir passagem para fauna, fazer as pesquisas necessárias para que aquela rodovia seja a rodovia mais verde do mundo e que tenha condição de dar a resposta duplamente”, disse ele em entrevista à Reuters em novembro do ano passado.

A ideia, no entanto, é vista com desconfiança pela área ambiental.

“Os recursos passam por um escrutínio fundamental que é a coerência com os princípios do plano de combate ao desmatamento da Amazônia. Não existe no plano previsão desse tipo de financiamento”, afirmou o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco.

No fim do ano passado, a Câmara dos Deputados aprovou uma proposta que permite usar os recursos do Fundo Amazônia para asfaltar a rodovia, enviando a matéria para análise pelo Senado.

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