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Senadores da CPI da Covid cobram convocação de governadores; Omar e Renam resistem

O presidente da CPI, Omar Aziz, e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), já disseram que não vão investigar governadores e prefeitos e afirmaram que a comissão não tem competência para investigar estados e municípios.

A CPI investiga possíveis crimes cometidos durante a gestão na Pandemia – Jefferson Rudy/Agência Senado

Senadores insistirão em cobrar a convocação de governadores na CPI da Covid para que sejam questionados sobre a aplicação de verbas federais nos estados. Requerimentos com esse objetivo estão à espera de uma análise da cúpula da Comissão. No entanto, parte dos senadores chamados de independentes e de oposição — a maioria no colegiado, que inclui o seu presidente, Omar Aziz (PSD/AM) — resiste a qualquer movimentação nesse sentido.

O presidente Omar Aziz e o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), já disseram que não vão investigar governadores e prefeitos e afirmaram que a comissão não tem competência para investigar estados e municípios.

Os membros da CPI que querem convocar governadores defendem que todos os recursos necessários para o bom enfrentamento da pandemia foram repassados pelo governo federal, e governadores e prefeitos querem se “livrar” de qualquer responsabilidade por eventuais erros.

Dizem que quem aplicou o dinheiro na ponta não foi o governo federal, mas, sim, os estados e os municípios. Portanto, segundo eles, são governos que deveriam explicar o eventual mau uso de verbas, como na compra de respiradores e na abertura de leitos, citando o caso de Manaus.

A crise no Amazonas é um dos focos da CPI, pelo menos na teoria. Até o momento, os senadores não se debruçaram muito sobre o assunto no colegiado.

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que se declara independente, mas é tido como mais governista na CPI pela oposição, vem reforçando o pedido de convocações de governadores ao longo das reuniões.

O senador Marcos Rogério (DEM-RO), um dos principais governistas na comissão, apresentou pedidos para convocar os governadores Wilson Lima (Amazonas), Rui Costa (Bahia), Helder Barbalho (Pará) e João Doria (São Paulo). Os pedidos ainda não foram sequer votados.

Os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Humberto Costa (PT-PE) querem chamar o vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida Filho, crítico a Bolsonaro, para falar da crise vivida no estado. A oposição não vê problemas em chamar Almeida Filho por ele ser de um estado cujos problemas serviram de justificativa para criar a CPI e estar disposto a comparecer.

Girão disse apoiar a convocação de todos aqueles que forem necessários para “o esclarecimento da verdade”. “No entanto, dentro do espírito republicano, aguardo o apoio dos senadores aos meus requerimentos”, disse.

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), defendeu que o primeiro estado investigado seja o Amazonas. “Nós teremos no Amazonas um bom ponto de partida para esclarecermos tudo isso”, disse Randolfe em entrevista à rede de TV CNN. “Lá foi o epicentro do surgimento da nova cepa, que hoje infectou todo o país”.

Segundo o senador, é necessário esclarecer porque isso ocorreu. “Foi pelo aumento de infecções”, disse. “Então é importante que o governador do Amazonas nos responda se houve incentivo às aglomerações e quem foi o responsável”.

Randolfe Rodrigues disse que a investigação não seria contra o governador (Wilson Lima), mas para esclarecer fatos. “Se quando eclodiu a pandemia e as pessoas morreram asfixiadas por falta de oxigênio, qual foi o apoio prestado pelo governo federal? Se as omissões que ocorreram foram pelo governo estadual ou do governo federal”, disse. “Comissões parlamentares de inquérito não investigam pessoas, investigam fatos”, deixou claro.

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