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Presidente da Colômbia condena avanço dos EUA na América Latina: “Podem cair bombas em Manaus”
A declaração de Petro ocorreu durante a inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia), em Manaus.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, defendeu, nesta terça-feira (9/9), a união da América do Sul em meio ao aumento de investidas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a região, em especial contra a Venezuela. Para o líder colombiano, se nada for feito mais países da região podem virar alvos militares para os EUA. Ele alertou que “pode cair bombas em Manaus, Rio de Janeiro, Bogotá e outras cidades. Vamos ficar calados agora e ver essas bombas matando nossas crianças ou nós vamos parar e nos unir?”.
A declaração de Petro ocorreu durante a inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia), em Manaus, capital do Amazonas.
O presidente da Colômbia afirmou que a ofensiva do governo de Donald Trump contra a Venezuela pode escalar para outros países da América do Sul, sendo necessário a união das nações da região para frear o titular da Casa Branca.
“Caiu um míssil sobre uma lancha civil venezuelana ou de Trinidade e Tobago, ainda não está claro, mas houve morte de civis. Eles estavam levando cocaína? Não sabemos. Foram alvejados em águas de Trinidad e Tobago [país do Caribe]. Isso é um assassinato. A América Latina é a dona do Caribe e ela vai ter que suportar isso e ficar calada?”, questionou Gustavo Petro.
Gustavo Petro ainda relembrou que há sim problemas políticos na Venezuela, mas pontuou que essas questões não podem ser resolvidas com ataques militares. “Eu não reconheci o governo venezuelano nas últimas eleições, nem o Brasil, e somos criticados.”
A tensão entre Estados Unidos e Venezuela escalou depois que o presidente norte-americano anunciou ter atacado uma embarcação venezuelana supostamente carregando drogas.
Na sequência, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou a ação de Trump de “imperialismo” e pontuou que o país latino-americano continua de pé. “Hoje, o imperialismo lança um novo ataque. Não é o primeiro nem o último, e a Venezuela está de pé.”
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O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota na noite desta terça-feira (9) em que condenou a ameaça dos Estados Unidos “de uso de sanções econômicas ou ameaças de uso da força contra a nossa democracia” em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sete réus pela trama golpista.
Na nota, o Itamaraty diz que o governo repudia qualquer interferência de outros países na soberania brasileira.
“O primeiro passo para proteger a liberdade de expressão é justamente defender a democracia e respeitar a vontade popular expressa nas urnas. É esse o dever dos três Poderes da República, que não se intimidarão por qualquer forma de atentado à nossa soberania. O governo brasileiro repudia a tentativa de forças antidemocráticas de instrumentalizar governos estrangeiros para coagir as instituições nacionais”, diz o comunicado.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que o governo norte-americano considera a liberdade de expressão uma prioridade máxima, citando o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Não tenho nenhuma ação adicional [contra o Brasil] para apresentar a vocês hoje. Mas posso dizer que esta é uma prioridade para o governo. E o presidente [Donald Trump] não tem medo de usar o poderio econômico e militar dos Estados Unidos da América para proteger a liberdade de expressão em todo o mundo”, disse a porta-voz, conforme informou a agência Reuters.
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