Conecte-se conosco

Brasil

Polícia Federal investiga Antônio Rueda em megaesquema de lavagem de dinheiro

O mecanismo conhecido como “fundos caixa-preta” teria sido utilizado também pelo presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, para ocultar aeronaves avaliadas em dezenas de milhões de reais.

policia-federal-investiga-anto

Antônio Rueda e o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil) – Foto: Reprodução

As investigações da Polícia Federal sobre um megaesquema de lavagem de dinheiro que já atinge o Primeiro Comando da Capital (PCC) e grandes barões do setor de combustíveis agora apontam para um novo elo: fundos de investimentos sediados na Faria Lima, principal centro financeiro do país. Apelidados de “fundos caixa-preta”, eles são suspeitos de servir para ocultar fortunas de organizações criminosas, políticos e empresários, além de blindar o patrimônio de grandes devedores em disputas judiciais milionárias.

Segundo apurações da PF, do Ministério Público de São Paulo e da Polícia Civil paulista, o mecanismo teria sido utilizado também pelo presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, para ocultar aeronaves avaliadas em dezenas de milhões de reais. Rueda já é citado em operações que investigam a infiltração do PCC no setor de combustíveis e aviação, e seu nome surge ao lado de empresários investigados por fraude, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

O modelo investigado é sofisticado: fundos que não são listados na Bolsa de Valores, sem auditoria independente ou com documentos considerados “inauditáveis”, e que muitas vezes possuem apenas um ou dois cotistas — frequentemente outros fundos. Uma apuração do portal Metrópoles identificou 177 fundos desse tipo, com patrimônio líquido de R$ 55 bilhões.

Entre os ativos ocultados pelos investigados estão redes de postos de gasolina avaliadas em R$ 200 milhões, imóveis de luxo de até R$ 9,7 milhões, refinarias de petróleo e aeronaves executivas. As gestoras citadas em relatórios da PF e da Receita Federal incluem Altinvest, FIDD, Reag e Trustee (investigadas diretamente), além de Genial (citada em inquérito) e Planner (contestada na Justiça).

A apreensão de computadores e celulares de administradoras desses fundos, em agosto, abriu caminho para aprofundar a linha de investigação que agora conecta o mercado financeiro paulistano a facções criminosas e políticos de primeira grandeza. No Amazonas, a PF apura se o mesmo expediente teria sido utilizado para operações de lavagem envolvendo lobistas e aliados políticos locais, em um esquema que pode alastrar-se da Faria Lima até Manaus. No Amazonas, Rueda é aliado do governador Wilson Lima. Ver matéria nesse link . O mesmo expediente teria sido utilizado pelo presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, para ocultar aviões .

O avanço das apurações ameaça descortinar um sistema que mistura o poder do crime organizado com engrenagens do mercado financeiro, revelando como fortunas ilícitas podem circular com aparência de legalidade em um dos endereços mais prestigiados do Brasil.


Clique para comentar

Faça um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

2 × 4 =