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Brasil

Mourão afirma que queimadas na Amazônia são ‘agulha no palheiro’

O vice-presidente da República minimizou os 24 mil focos de incêndios em agosto no bioma dizendo que é pouco em meio à extensão de cinco milhões de km² da Amazônia Legal.

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quinta-feira (27) que as queimadas na Amazônia são como “agulha no palheiro” e que não é possível dizer que a floresta está “queimando”. Mourão minimizou os 24 mil focos de incêndios registrados em agosto no bioma dizendo que isso é pouco em meio à extensão de cinco milhões de quilômetros quadrados da Amazônia Legal. As informações são do jornal O Globo.

“Nós temos essas questões das queimadas. O dado do dia 26 de agosto é que nós tínhamos 24 mil focos de calor na Amazônia Legal. Ora, minha gente, a Amazônia Legal tem 5 milhões de quilômetros quadrados, 24 mil focos de calor significa que tem um foco de calor a cada 200 quilômetros quadrados. Isso é agulha no palheiro. E o que está sendo colocado para o mundo inteiro: ‘a floresta está queimando, a Amazônia está queimando'”, disse Mourão, em debate organizado pelo Canal Rural.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados até agora 24.633 focos de incêndio em agosto. Mesmo com o mês incompleto, é o segundo maior número para o período dos últimos 10 anos, atrás do ano passado, quando foram registrados 30.900 focos.

Mourão criticou quem diz que a fumaça das queimadas está “prejudicando as pessoas”. Um estudo divulgado nesta semana apontou que a exposição à fumaça e às cinzas das queimadas prejudicaram a saúde de mais de quatro milhões de pessoas em 2019. “Eu vejo editorialistas e formadores de opinião dizendo que a fumaça está prejudicando as pessoas. Eu não consigo entender da onde essas pessoas conseguem extrair esses dados e conseguem ouvir isso”.

O vice-presidente também disse que o Brasil recebe um “tratamento preconceituoso” e que não é o “vilão” na questão ambiental. “O que você vê é um tratamento preconceituoso dos dados, sempre procurando estabelecer essa pressão em cima do país e colocando o Brasil como um vilão nessa questão ambiental, quando nós não somos vilões nenhum”.

A Human Rights Watch, uma das responsáveis pelo estudo que mostrou o efeito da fumaça na saúde, afirmou em nota que “Mourão deveria adotar medidas urgentes para proteger a saúde de milhões de brasileiros na região, por meio do combate efetivo à destruição ambiental” mas que, ao invés disso, “tentou minimizar a crise e descartar as evidências”.

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