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Brasil

Jornal britânico The Guardian liga fuga de presos em Mossoró à expansão de facções criminosas na Amazônia

Para o jornal britânico, a fuga também expôs como as duas facções criminosas mais poderosas do Brasil se expandiram na Amazônia a fim de explorar rotas de tráfico de drogas, mineração de ouro e a apropriação de terras.

O jornal britânico The Guardian analisou que a perseguição policial de semanas no Brasil, contra Rogério Mendonça e Deibson Nascimento, foragidos da penitenciária federal de segurança máxima de Mossoró (RN), mostra a expansão “dramática” de duas gangues principais na Amazônia, as facções criminosas Comando Vermelho (CV) e e Primeiro Comando da Capital (PCC).

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De acordo com o jornal britânico, a fuga cinematográfica também expôs como as duas facções criminosas mais poderosas do Brasil expandiram dramaticamente sua presença na Amazônia nos últimos anos, a fim de explorar rotas de tráfico de drogas e mercados e outras economias ilegais lucrativas, incluindo a mineração de ouro e a apropriação de terras.

Referindo-se ao episódio como “uma das caçadas humanas mais dramáticas da história recente do Brasil” o jornal aponta que o Estado brasileiro ainda está sob pressão para explicar como dois criminosos altamente perigosos conseguiram escapar de um local de suposta segurança máxima.

A matéria comenta que o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, comemorou a captura dos dois bandidos 51 dias depois da fuga como “uma vitória do Estado brasileiro”, mas faz notar que “a fuga cinematográfica também expôs como as duas facções criminosas mais poderosas do Brasil – o Comando Vermelho (CV) do Rio e o Primeiro Comando da Capital (PCC) de São Paulo – expandiram dramaticamente sua presença na Amazônia nos últimos anos, a fim de explorar rotas de tráfico de drogas e mercados e outras economias ilegais lucrativas, incluindo a mineração de ouro e a apropriação de terras”.

O jornal lembra, ainda, que Deibson nascimento e Rogério Mendonça, membros do Comando Vermelho, são naturais do estado amazônico do Acre e que ficaram presos lá até serem transferidos para Mossoró após participarem de uma rebelião de 2023 em que cinco membros de uma facção rival foram mortos, três deles decapitados. E traça ainda um perfil criminal dos dois presos recapturados:

O The Guardian diz que “Nascimento, um jovem de 33 anos que supostamente foi um dos primeiros membros do CV no Acre, foi preso em uma pequena cidade fronteiriça da Amazônia chamada Brasiléia em 2015 e foi condenado a mais de 80 anos de prisão. Sua ficha criminal inclui tráfico, roubo e até sequestro de um político boliviano”, e que “Mendonça, 35 anos, também apelidado de Querubim, cumpria pena de 74 anos por crimes como roubo e ordenação do assassinato de um adolescente em 2021, na fronteira do Acre com o estado do Amazonas”.

O jornal britânico entrevistou Aiala Couto, especialista em segurança radicada em Belém, segundo a qual a dupla fugiu para a Amazônia justamente pela importância estratégica da região para as facções criminosas:

“Por isso vieram para o Pará depois de cruzar outros quatro estados… Marabá é uma cidade onde o Comando Vermelho e o PCC estão presentes. Antes eles passaram pela Ilha do Mosqueiro e por Belém, o que significa que existe uma organização que lhes ofereceu apoio e logística, mostrando mais uma vez as relações que esses grupos vêm estabelecendo na região amazônica”, disse Couto.

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