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Brasil

Jair Bolsonaro deveria assumir responsabilidade por taxação ao Brasil, diz Lula

Ligar a taxação a Bolsonaro é uma estratégia adotada pelo governo petista

Agência Gov

O presidente Lula (PT) afirmou hoje que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria “assumir a responsabilidade” pela taxação ao Brasil anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“O ex-presidente da República deveria assumir a responsabilidade, porque ele está concordando com a taxação do Trump”, disse Lula, ao Jornal da Record. A entrevista foi gravada no Palácio da Alvorada no início desta tarde e a íntegra será transmitida hoje à noite.

Ligar a taxação a Bolsonaro é uma estratégia adotada pelo governo. Ontem mesmo, petistas já usaram as comemorações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e Eduardo como munição contra eles mesmos, dois possíveis presidenciáveis da direita.

Tarifaço de Trump também é recado sobre big techs

“Foi o filho dele [Eduardo Bolsonaro] que foi lá fazer a cabeça do Trump”, disse Lula, na entrevista. Morando nos Estados Unidos, o deputado licenciado deixou claro que ajudou a intermediar as ações do norte-americano e disse considerar as tarifas como algo positivo.

Como o UOL mostrou, membros do governo dizem que o anúncio pode acabar virando um “tiro no pé” dos próprios bolsonaristas. A avaliação é que o aumento “desproporcional” trouxe reações mais favoráveis à pauta governista do que contra ela.

Após o susto inicial, a avaliação no Planalto é que politicamente o governo não se enfraqueceu. Pelo contrário: aliados citam setores historicamente refratários a Lula que se posicionaram contra as posturas de Trump e dos bolsonaristas como um indicativo de que a ação terá um efeito interno negativo, assim como o endosso a ela.

“Nós queremos que ele respeite o Brasil”, afirmou Lula. “Eles têm que respeitar a Justiça brasileira como eu respeito a americana.”

Lula tem focado no discurso da soberania. Em nota oficial divulgada ontem, logo após o envio da carta aberta de Trump ao governo brasileiro em que promete retaliar o país com tarifas de 50%, ele disse que o Brasil “é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”.

“Se o presidente Trump conhecesse um pouquinho o Brasil, teria mais respeito”, disse Lula. Ele acusou ainda o norte-americano de desconhecer a realidade comercial entre os dois países, “com mais de 200 anos de história”.

Na entrevista, Lula voltou a afirmar que irá tomar medidas com base na Lei da Reciprocidade. O presidente já havia indicado ontem que recorreria à medida. O UOL apurou, no entanto, que isso só deverá ocorrer a partir de 1º de agosto, se as promessas de fato forem cumpridas.

Ele criticou, inclusive, a forma como o anúncio foi feito. “Achei que o material do presidente Trump era um material apócrifo, porque não é costume você mandar correspondência para outro presidente através do site”, afirmou o presidente.
Comitê com empresários

Lula anunciou a criação de um comitê com empresários. “A gente vai acompanhar dia a dia para repensar a política comercial com os Estados Unidos”, afirmou o presidente, em entrevista ao Jornal da Record.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que não existe “racionalidade econômica” na decisão tomada por Trump. Ele atribui o cenário a uma “decisão política” estimulada pela família Bolsonaro e diz esperar pela reversão do “tarifaço”.

Ministro recordou ter debatido o tema nos EUA. Haddad afirmou que discutiu a tarifa de 10% com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent. “Ele próprio reconheceu que com 10% havia espaço para negociar”, contou Haddad.

As informações são do UOL.


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