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IBGE: Sindicalização no País cai ao menor nível da série; Região Norte tem 2ª menor taxa

O Brasil perdeu 5,3 milhões de trabalhadores filiados a sindicatos de 2012 a 2022.

Trabalho formal apontou maior destaque no setor da Indústria. (Foto:Marcello Casal Jr./ABr)

Em 2022, das 99,6 milhões de pessoas ocupadas no Brasil, 9,2% (ou 9,1 milhões de pessoas) eram associadas a sindicato. Este foi o menor contingente da série iniciada em 2012, quando havia 14,4 milhões de trabalhadores sindicalizados (16,1%). Todas as grandes regiões tiveram redução de sindicalizados em 2022, segundo os números divulgados nesta sexta-feira (15/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Sul (11,0%) registrou a maior taxa, seguido por Nordeste (10,8%), Sudeste (8,3%), Norte (7,7%) e Centro-Oeste (7,6%).

Em 2019, a taxa de sindicalização no País era de 11,0% (10,5 milhões). O Brasil perdeu 5,3 milhões de trabalhadores filiados a sindicatos de 2012 a 2022. No mesmo período, a população ocupada atingiu seu maior efetivo: 99,6 milhões de pessoas, com alta de 4,9% frente a 2019 (95,0 milhões) e de 11,0% ante 2012 (89,7 milhões).

Exceto por Serviços Domésticos, a taxa de sindicalização recuou em todos os grupamentos de atividades, tanto em relação a 2019 como a 2012. A maior queda foi em Transporte, armazenagem e correios: de 20,7% em 2012 para 11,8% em 2019 e 8,2% em 2022.

Os empregados com carteira assinada no setor privado e os empregados no setor público, que tinham as maiores taxas de sindicalização (respectivamente, 11% e 19,9%), registraram as principais perdas: de 2,9 pontos percentuais (p.p) e 2,2 p.p, respectivamente, frente a 2019 e de 9,9 p.p. e 8,1 p.p. ante 2012.

Entre os 30,2 milhões de empregadores e trabalhadores por conta própria do país, 10,3 milhões (ou 34,2%) estavam em empreendimentos registrados no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), uma alta em relação a 2019 (29,3%).

Frente a 2019, a cobertura no CNPJ cresceu entre os trabalhadores por conta própria (de 20,2% para 26,3%) e ficou praticamente estável (de 80,5% para 80,9%) entre os empregadores.

Do total de empregadores ou conta própria no trabalho principal, 5,3% (1,6 milhão de pessoas) eram associados à cooperativa de trabalho ou produção.

“A redução na população sindicalizada acentuou-se a partir de 2016, quando a queda da sindicalização foi acompanhada pela retração da população ocupada total. A partir de 2017, embora com a população ocupada crescente, o número de trabalhadores sindicalizados permaneceu em queda”, analisa Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE.

Em 2022, a população ocupada atingiu sua maior estimativa, alcançando 99,6 milhões de pessoas. Esse contingente representou acréscimo de 4,9% em relação a 2019 (95,0 milhões de pessoas) e de 11,0% frente à população de 2012 (89,7 milhões de pessoas).

No entanto, “a expansão da população ocupada nos últimos anos não resultou em aumento da cobertura sindical. Isso pode estar relacionado a diversos elementos, como aprofundamento das modalidades contratuais mais flexíveis introduzidas pela Reforma Trabalhista de 2017, formas independentes de inserção dos trabalhadores na produção em alternativa à organização coletiva, e o uso crescente de contratos temporários no setor público”, destaca a coordenadora.

Os empregados com carteira assinada no setor privado e os empregados no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) tinham as maiores taxas de sindicalização, respectivamente, 11% e 19,9%. Mas essas duas categorias registraram as principais perdas nos períodos analisados, de 2,9 p.p. e 2,2 p.p, respectivamente, frente a 2019 e de 9,9 p.p. e 8,1 p.p. em relação a 2012.

Em 2022, dos 30,2 milhões de empregadores e conta própria, 10,3 milhões (34,2%) estavam em empreendimentos registrados no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ, um crescimento em relação a 2019 (29,3%).

Regionalmente, Norte (15,1%) e Nordeste (20%) tinham as menores proporções, e Sul (46,3%) e Sudeste (41,4%), os maiores. O Centro-Oeste (38,6%) se destacou com o maior avanço, tanto em relação a 2012 (11,3 p.p.) quanto a 2019 (8,4 p.p.)

Do total de empregadores ou conta própria no trabalho principal, 5,3% (1,6 milhão de pessoas) eram associados à cooperativa de trabalho ou produção, o que mostra a baixa adesão dos trabalhadores a esse tipo de arranjo produtivo no Brasil.

A maior proporção ocorreu em 2012 (6,3%) e, desde 2015, vem baixando até chegar ao menor valor em 2019 (5,1%). Em 2022 essa proporção ficou em 5,3%. A região Sul (9,1%) tem o maior percentual, seguida pela Região Norte (5,5%); Nordeste (4,6%), Sudeste (4,5%) e Centro-Oeste (3,8%).

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