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Governo federal quer realizar Concurso Nacional Unificado; veja como se preparar e prazos

A adesão dos órgãos ao processo é voluntária e deve ser feita até o dia 29 de setembro. O edital do concurso tem previsão de publicação até 20 de dezembro deste ano.

Na última semana, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) propôs aos órgãos da União a realização de um Concurso Nacional Unificado. Cerca de 60 já abraçaram a ideia. O intuito é que o processo seletivo preencha cerca oito mil vagas disponíveis no serviço público federal ao longo de 2024. Em busca de dicas de preparação para os candidatos, o site EXTRA procurou cursos preparatórios e especialistas em seleções.

A adesão dos órgãos ao processo é voluntária e deve ser feita até o dia 29 de setembro. O edital do concurso tem previsão de publicação até 20 de dezembro deste ano.

A aplicação das provas tem data estimada de 25 de fevereiro do próximo ano. Essa etapa será dividida em dois momentos, no mesmo dia: provas objetivas, com uma estrutura comum a todos os candidatos; e provas específicas e dissertativas, com base em blocos temáticos específicos.

Os resultados da primeira fase serão divulgados até o fim de abril de 2024, e os cursos de formação deverão ter início entre junho e julho.

Procurado, o MGI esclareceu ao EXTRA alguns pontos de interesse dos participantes. Somente será permitida, por exemplo, uma solicitação de inscrição por Cadastro de Pessoa Física (CPF). A proposta da pasta é que, no momento do cadastro, os candidatos optem por um dos blocos das áreas de atuação governamental disponíveis na seleção. Depois da opção, os concorrentes deverão indicar o cargo desejado e a carreira por ordem de preferência entre as vagas disponíveis no bloco de sua escolha. O modelo se espelha na inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

É preciso salientar que cada área estabelecerá seu critérios de admissão dos candidatos, assim como a necessidade de etapas posteriores à realização das provas e os conhecimentos exigidos. Além disso, a validade do concurso será de dois anos, prorrogáveis por mais dois.

O cálculo para o número de oportunidades para cada setor será feito após a pasta reunir todas as solicitações de provimento de cargos enviadas pelos órgãos e gerar uma estimativa global vom base no orçamento.

O Ministério da Gestão estima que até, agosto próximo ano, os servidores já sejam alocados em suas funções.

Especialistas em seleções avaliam a proposta

Para Marco Brito, diretor pedagógico do curso Degrau Cultural, a unificação nacional dos concursos implicará a necessidade de uma pequena adaptação na abordagem de estudos dos concurseiros.

— Acredito também num maior número de questões transdisciplinares. E o candidato não poderá deixar de dar enfoque na preparação específica, embora esta seja a segunda fase. Será o divisor de águas para a aprovação ou não do concurseiro — diz.

O professor de Direito do Colégio e Curso Zerohum, Wilker Gassen, diz que os candidatos terão que refazer as estratégias para se saírem bem nas provas.

— Será preciso moldar o planejamento, mas visar a uma das três grandes áreas que nós visualizamos nesse universo, que são: a área policial, a área bancária e a área judiciária — salienta.

O professor Arthur Lima, fundador do Direção Concursos, alerta que os concurseiros precisam estar atentos aos temas que o governo federal tem tratado na gestão, para que possa se antecipar aos assuntos que possivelmente serão cobrados nas provas.

— A possibilidade de cobrança de conteúdos relacionados a inclusão social, por exemplo, é alta.

Quanto às provas discursivas e subjetivas, é importante realizar uma filtragem, para discernir questões muito específicas de um cargo e matérias que cubram um bloco temático, adverte Lima:

— Como o concurso será unificado, essa etapa terá questões específicas de uma área, não de um cargo.

A padronização das provas torna a preparação mais racional e prática, porque unifica a cobrança de conhecimento dos concorrentes, diz Antonio Batist, professor especialista em Gestão Pública:

— Um exemplo clássico é quando, para o mesmíssimo cargo, o mesmo salário e as mesmas atribuições, dois ministérios faziam concursos que tinham conteúdos completamente diferentes.

Alexandre Prado, advogado especialista em Administração Pública, destaca que os candidatos devem apostar na ativação dos sentidos para maximizar o aprendizado:

— A maioria das pessoas tem o aprendizado mais eficaz de forma sinestésica. Existem vários recursos que permitem isso, como videoaulas, documentos, mapas mentais, podcasts e aulas presenciais.

Luis Gustavo, especialista em Direito Administrativo e professor para concursos, diz que o governo ainda não esclareceu muitos pontos essenciais aos candidatos.

– Porém, no que tange à preparação, acredito que os candidatos devem se ater, nesse momento, àquele conjunto de matérias básicas que sempre aparecem: Direito Administrativo, Constitucional, Português, Informática e Matemática, porque não há como fugir disso.

Informações extra sobre o concurso nacional unificado
Experiências anteriores

Um dos critérios previstos para a seleção é a exigência de experiência profissional pregressa ao cargo que pretende ocupar.

Prova confirmada?

Na Lei Orçamentária Anual, enviada pelo governo nesta semana à Câmara dos Deputados, está previsto o gasto com a seleção única. Porém, o governo precisa do aval do parlamento para dar prosseguimento ao concurso nacional unificado.

Em quantas cidades?

O governo estima realizar o concurso em cerca de 180 municípios, nas cinco regiões do Brasil.

Quando será o ingresso?

A previsão da União é que os servidores sejam capacitados entre os meses de maio e junho de 2024, para que ingressem no serviço público nos meses subsequentes, com limite até agosto do próximo ano.

Quanto vai custar?

Ainda não foi informado quanto custará o valor da inscrição para o concurso. No entanto, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) informou que, para participar, será necessário um pagamento único.

Terá cotas?

A lei de Cotas será cumprida no concurso. Para pessoas, negras, será reservado o correspondente a 20% das vagas. Para pessoas com deficiência, o percentual reservado deverá ser de 5% dos postos, estima o governo.

Como conseguir isenção?

Com a liberação do edital, será especificado o procedimento de isenção. Foi adiantado que beneficiários do Cadastro Único receberão isenção.

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