Brasil
Governo diz que combate ao garimpo ilegal causou prejuízos de R$ 623 milhões aos criminosos e apreendeu R$ 184 milhões em ouro
De acordo com a Casa de Governo as principais apreensões foram feitas no fluxo entre Manaus e Boa Vista.
O governo federal informou que as ações de combate ao garimpo ilegal soma 249 quilos de ouro apreendidos , equivalentes a R$ 184 milhões , conforme a cotação atual, desde 2024 e causou prejuízo estimado em R$ 623 milhões à atividade, incluindo o valor do ouro apreendido e os efeitos diretos do bloqueio à logística criminosa.
Segundo o governo, a ofensiva faz parte de uma série de apreensões realizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pela Polícia Federal (PF) ao longo de 2025, no contexto das ações coordenadas pela Casa de Governo para desarticular o garimpo ilegal. Somados, os flagrantes realizados em 2025 resultaram na retirada de aproximadamente 215 quilos de ouro de circulação em Roraima, impactando diretamente a logística da atividade criminosa.
Criada em março de 2024, a Casa de Governo listou as principais apreensões:
– 28 de novembro de 2024 : 21 kg de ouro apreendidos pela PRF na BR-174, em fiscalização da rota logística Manaus–Boa Vista.
– Ao longo de 2024 : 11,744 kg de ouro apreendidos pela PF no Aeroporto Internacional de Boa Vista, em diferentes operações envolvendo minério sem comprovação de origem transportado em voos comerciais.
– 4 de agosto de 2025 : 103 kg apreendidos pela PRF na BR-401, na maior apreensão da história da corporação no país, baseada em inteligência sobre o fluxo Manaus–Boa Vista.
– 10 de outubro de 2025 : 11,6 kg apreendidos pela PRF na BR-174, provenientes de barras sem origem comprovada.
– 20 de outubro de 2025 : 37,4 kg apreendidos pela PRF em veículo que trafegava pela BR-174.
– 22 de outubro de 2025 : 10,2 kg apreendidos pela PRF em operação integrada, após reforço de fiscalização decorrente do avanço das ações de desintrusão.
Segundo a Casa de Governo, além das grandes apreensões, quantidades menores — às vezes apenas algumas gramas — são encontradas diariamente por agentes federais durante incursões no território, compondo o total de 249 kg.
O diretor da Casa de Governo, Nilton Tubino, afirma que, após interromper rotas de transporte e financiamento do garimpo, as forças federais passaram a atingir diretamente o ativo central da atividade criminosa: o ouro.
“Os 249 quilos apreendidos em Roraima desde a abertura da Casa de Governo refletem esse avanço. Retiramos de circulação recursos que sustentavam a logística ilegal, em uma estratégia baseada no controle territorial e no estrangulamento financeiro para proteger as terras indígenas”, destaca.
No dia 2 de dezembro, uma aeronave particular vinda de Itaituba (PA) alterou seu plano de voo para o Aeroporto Internacional de Boa Vista. A mudança levou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a identificar inconsistências e acionar a Polícia Federal. Durante a inspeção, os agentes localizaram 54 barras de ouro, totalizando cerca de 51 quilos, além de munições e uma pistola Glock G25 calibre .380, escondidas na aeronave e com passageiros. O carregamento, embarcado fora de Roraima, é investigado por possível ligação com redes interestaduais de mineração ilegal. Embora as apreensões tenham ocorrido dentro de Roraima, todo o ouro tinha origem em outros estados — um padrão reiterado ao longo do ano.
Juntas, as apreensões mostram que o episódio de 2 de dezembro não foi isolado, mas parte de um esforço contínuo para interromper o fluxo de ouro que circula fora da Terra Yanomami e sustenta economicamente a atividade ilegal dentro dela.
Paralelamente às apreensões realizadas fora do território indígena, os indicadores de controle interno na Terra Indígena Yanomami registram avanços consistentes. Houve redução de 98% na abertura de novos garimpos , resultado do sistema de comando e controle implementado desde março de 2024, que viabilizou ações simultâneas e permanentes de fiscalização e presença territorial.
Além do bloqueio logístico e das apreensões, o Governo Federal informou que intensificou o cerco aéreo e terrestre aos invasores, contabilizando 8.459 ações coordenadas desde março de 2024. As operações envolveram fiscalizações terrestres, fluviais e aéreas; inutilização de pistas clandestinas; e apreensão de combustível, motores, geradores, sistemas de comunicação e outros insumos essenciais ao funcionamento do garimpo ilegal.
Somente em novembro de 2025 , 22 garimpeiros foram presos durante ações de combate direto dentro da Terra Indígena Yanomami, reforçando o enfraquecimento das redes criminosas e a redução progressiva de sua capacidade operacional.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.













Faça um comentário